Centros de Dados na Era da IA: desafios e oportunidades na América Latina
09/04/2025

Por Tomas Lynch – Sênior Network Architect em Vultr
Nos últimos anos, a inteligência artificial (IA) revolucionou a indústria tecnológica, gerando um impacto significativo na infraestrutura digital. Com o crescimento dos serviços baseados em GPU e a crescente demanda por processamento de dados, os centros de dados na América Latina enfrentam novos desafios e oportunidades.
Espera-se que até 2030, 50% da infraestrutura física dos centros de dados seja dedicada a serviços de IA, marcando uma mudança radical no design e na operação dessas instalações. Esse avanço redefine não apenas a arquitetura dos centros de dados, mas também seu papel estratégico na transformação digital da região.
Durante o LACNIC 43, será realizado o painel Centros de Dados na Era da IA: desafios e oportunidades, em que especialistas do setor vão analisar os principais desafios da região e discutir estratégias para o futuro. A digitalização impulsionou uma expansão significativa dos centros de dados na América Latina. No entanto, o crescimento enfrenta desafios como os altos custos de energia, falta de regulamentações padronizadas e limitações de conectividade em algumas áreas. Apesar dessas barreiras, o interesse pela região continua crescendo. Empresas globais estão investindo em novos centros de dados para atender à demanda local e oferecer serviços de baixa latência.
A IA aumentou a necessidade de processadores de alto desempenho, levando a um crescimento exponencial na demanda e no uso de GPU. Isso implica mais requisitos de energia e a necessidade de sistemas de resfriamento mais eficientes para gerenciar o calor gerado por esses equipamentos. Além disso, espera-se um crescimento exponencial no tráfego desde os centros de dados para a Internet, desafiando a capacidade das redes e a capacidade de interconexão entre provedores. Para lidar com essa situação, os provedores de centros de dados estão adotando estratégias inovadoras, como otimizar o design dos centros de dados, usar energias renováveis e implementar técnicas avançadas de resfriamento que melhoram a eficiência operacional e reduzem o impacto ambiental.
Um dos maiores desafios para os provedores é a expansão e construção de novas instalações na região. Fatores como a disponibilidade de terras, estabilidade do fornecimento de eletricidade e custos operacionais desempenham um papel fundamental nessas decisões. Da perspectiva do usuário, escolher um centro de dados envolve considerar a segurança, redundância, conectividade e conformidade regulatória. Além disso, a interconexão com outros centros de dados e provedores se tornou essencial para garantir uma infraestrutura resiliente e escalável, capaz de suportar o crescimento acelerado do tráfego de dados e as demandas do ecossistema digital.
Nos próximos 5 a 10 anos, espera-se que a indústria de centros de dados na América Latina continue evoluindo com foco na eficiência energética e sustentabilidade. A implementação de inteligência artificial para otimizar a gestão de recursos e o crescimento da interconexão entre provedores serão tendências-chave. Além disso, a indústria também poderia se beneficiar de regulamentações mais claras e do apoio governamental, fatores que incentivariam o desenvolvimento de uma infraestrutura digital mais robusta na região.
O painel no LACNIC 43, que vai acontecer em 6 de maio, oferecerá uma visão geral abrangente dos desafios e oportunidades que o setor dos centros de dados enfrenta na América Latina. A convergência de IA, sustentabilidade e conectividade será fundamental para o futuro do setor. Convidamos todas as partes interessadas a participarem deste debate para compartilhar suas perspectivas sobre o crescimento e a inovação nos centros de dados da região.
As opiniões expressas pelos autores deste blog são próprias e não refletem necessariamente as opiniões de LACNIC.