Conexão à Internet a baixo custo para áreas remotas
31/08/2021
O Instituto Atlântico do Brasil ganhou um dos subsídios do Programa FRIDA para desenvolver uma proposta de baixo custo para a construção de infraestrutura de interconexão à Internet orientada a pessoas que moram em áreas remotas e desconectadas da América Latina, como o noroeste do Brasil.
O projeto, chamado Mesh Connect, busca levar a Internet e a conectividade para locais remotos do Brasil por meio de um dispositivo de baixo custo de instalação e manutenção, e que possa ser usado para fornecer um serviço de rede básica. O protótipo também foi pensado para ser usado em caso de desastres naturais que causem problemas de conexão à Internet, disse Lucélia Saraiva, gerente de projetos do Instituto Atlântico.
Qual a proposta de desenvolver dispositivos de baixo custo para a construção de uma infraestrutura de interconexão à Internet?
A solução é baseada na criação de uma rede mesh em que cada dispositivo colabora com outros dispositivos que estão dentro do alcance de uma rede cujo meio físico é baseado nas tecnologias wireless LoRa e WiFi (802.11). Com a criação da malha, ou mesh, é possível habilitar o roteamento de pacotes de rede que seguem o Protocolo da Internet (IP), tornando a infraestrutura totalmente aderente à Internet e garantindo a interconexão de diferentes redes.
Os usuários finais podem desfrutar do acesso à rede e, potencialmente, à Internet, por meio de pontos de acesso WiFi que garantem a interoperabilidade com os dispositivos próprios dos usuários. As atividades planejadas buscarão produzir um protótipo do dispositivo dessa infraestrutura móvel, que seja open source, de baixo custo e que permita aos usuários que moram em regiões remotas usufruir de serviços básicos da Internet, como aplicativos de mensagens.
O protótipo também poderá ser usado em situações de desastres naturais em que a infraestrutura principal esteja comprometida.
Qual é o objetivo do projeto e qual é o seu escopo?
O objetivo do projeto é construir um dispositivo de baixo custo de instalação e manutenção, e que possa ser usado para fornecer um serviço de rede básica para habitantes de áreas remotas, seja por agentes públicos ou privados.
Que áreas de cobertura poderiam ser alcançadas com esta tecnologia?
Poderemos alcançar áreas de populações carentes que, por exemplo, não necessariamente vivem afastadas de locais urbanos, mas não têm recursos para terem acesso à internet.
Quem seriam os destinatários finais dessa experiência?
Pessoas que vivem em áreas remotas, ou seja, pessoas que vivem longe de locais urbanos ou em casos de desastres naturais, quando a infraestrutura principal de fornecimento de internet for comprometida.
Vocês acham que o projeto pode ser replicado em outras áreas do Brasil ou em outros países da região?
Sim, pois a solução é aplicável para regiões onde não há conectividade. Uma vez que isso é um problema recorrente em todo o mundo, principalmente em países com baixo nível de desenvolvimento socioeconômico. Para que a solução seja utilizada é necessário apenas um único ponto de interconexão à Internet, para que seja possível levar o acesso às áreas remotas através da instalação dos dispositivos MeshConnect que utilizam canais de comunicação usando LoRa, permitindo a comunicação em longas distâncias utilizando dispositivos de baixo custo e baixo consumo energético, alimentados por placas solares.
Como vocês valorizam sua participação na chamada do programa FRIDA do LACNIC? Participarmos da chamada e termos sido selecionados foi de extrema importância ao Instituto Atlântico e a todos os envolvidos no projeto, pois somos apaixonados por pesquisa, desenvolvimento e inovação e, a execução do projeto fomentado pelo LACNIC, reforçou o exercício da nossa missão de contribuir para o desenvolvimento, progresso e o bem-estar da sociedade.