Análise das delongas na cadeia de suprimentos da validação de origem de rotas baseadas em RPKI

13/04/2023

Análise das delongas na cadeia de suprimentos da validação de origem de rotas baseadas em RPKI

Por Amreesh Phokeer, Internet Surveyor, Internet Society

Qual o ciclo de vida dos dados da infraestrutura de chave pública dos recursos (RPKI, Resource Public Key Infrastructure) utilizada para proteger o roteamento da Internet? Mais especificamente: Quanto tempo demora para divulgar-se uma autorização de origem de rota (ROA, Route Origin Authorization) e como isso pode atingir o roteamento e a acessibilidade da Internet?

Estas são as perguntas às quais as operadoras de redes gostariam de ter as respostas, já que as alterações no plano de gestão do RPKI podem afetar a forma em que o tráfego flui das redes e para as redes. Há pouco tempo colaborei com um projeto chamado Tempo de voo em RPKI: análise das delongas nos âmbitos de gestão, controle e dados, cujo objetivo era responder a estas perguntas, analisando cada uma das etapas da vida dos dados do RPKI.

A seguir, apresentamos um resumo do ciclo de vida do RPKI e nossas descobertas.

Pontos chaves: O tempo de criação varia significativamente entre os diferentes Registros Regionais de Internet (RIR). O tempo que demora para que os novos ROA cheguem até os pontos de publicação varia entre alguns minutos e mais de uma hora.Devido a um problema com as zonas horárias, no ARIN e no LACNIC são observadas, inicialmente, delongas na publicação. Este problema foi reportado e já foi resolvido. As demoras observadas costumam ser inferiores a 20 minutos.Foi observado que o atraso da parte que confia (RP, Relying Party) é o passo que leva mais tempo no processamento dos ROA.A eliminação do ROA demora mais para se espelhar no BGP, já que os roteadores exploram rotas alternativas que ainda não foram validadas.

Cadeia de suprimentos da validação de origem.

Publicar os ROA é complexo. O processo implica a participação de vários atores, não é instantâneo e costuma estar comandado por decisões administrativas ad hoc.

Começa quando um titular de recursos consulta a um RIR para criar ou atualizar a informação do RPKI para seus prefixos. Depois, os ROA e outros metarquivo (manifestos, CRL) são colocados em repositórios públicos chamados pontos de publicação.

(Acesso livre, não requer assinatura)

As RP recuperam e validam periodicamente todos os objetos dos repositórios de RPKI globais e depois produzem uma lista de VRP (Validated ROA Payloads) validadas que os roteadores usam para verificar os anúncios BGP entrantes. As operadoras que realizam validação de origem (sistemas autônomos que implementam ROV, em cor verde na Figura 1) recuperam estas alterações e utilizam esta nova informação para atualizar seus roteadores. Só assim começamos a ver mudanças no plano de dados quando os AS que implementam ROV aceitam ou eliminam os anúncios de roteamento.

Figura 1. O fluxo de dados é registrado nos coletores de rotas (RIS/RouteViews), a partir do momento em que o titular do prefixo cria um ROA para as correspondentes atualizações do BGP. As etiquetas vermelhas da esquerda indicam os pontos nos quais o tempo foi medido.

O tempo para eliminação ou criação dos ROV varia

Os passos anteriores são comuns a todos os RIR e a todos os sistemas autônomos implementados pelos ROV, porém cada um realiza (ou pode realizar) estes passos em diferentes intervalos de tempo e em diferentes frequências.

Nosso estudo descobriu que os RIR geralmente publicam a informação nova sobre o RPKI em cinco minutos ou até em menos tempo, com exceção do APNIC, que em média foi dez minutos mais lento (Tabela 1, coluna 3). Também observamos disparidades significativas no tempo de reação dos ISP para a nova informação do RPKI, que variou entre uns poucos minutos e uma hora.

As opiniões expressas pelos autores deste blog são próprias e não refletem necessariamente as opiniões de LACNIC.

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