A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprova uma nova recomendação sobre o IPv6
13/06/2019
A Comissão Interamericana das Telecomunicações (CITEL) aprovou recentemente uma nova recomendação para os países membros da OEA adotarem: que o novo equipamento comercializado e/ou adquirido em seus territórios seja compatível com o protocolo IPv6 da Internet.
A medida, aprovada com base em uma série de documentos técnicos apresentados por LACNIC ao Comitê Consultivo Permanente da CITEL, busca facilitar a implementação desta tecnologia na região após o esgotamento dos endereços IPv4 na América Latina e o Caribe. A iniciativa também busca limitar a possível introdução na região de equipamentos considerados lixo eletrônico devido à sua impossibilidade de suportar o IPv6.
César Díaz, líder das Relações Estratégicas e Telecomunicações de LACNIC e um dos articuladores da recomendação da CITEL, apontou que os representantes dos países reunidos neste grupo de trabalho concordaram com a recomendação.
Embora “os países sejam soberanos para tomar decisões com base nas recomendações, esses documentos técnicos servem de apoio e incentivo” para promover a implementação do IPv6, disse Díaz.
Após o esgotamento do IPv4, o protocolo IPv6 é a única forma de suportar o crescimento da Internet na América Latina e o Caribe. Hoje, 9 de 10 das organizações associadas a LACNIC receberam recursos IPv6, embora menos da metade (42%) esteja usando em sua rede.
A recomendação permite a todos os países da região abrir as portas para trabalharem em conjunto no desenvolvimento de infraestrutura crítica da Internet, propondo novas formas de incentivar o desenvolvimento técnico e analisando com os governos possíveis contribuições para a implementação do IPv6, acrescentou Díaz.
Além disso, o documento admite que o esgotamento dos recursos do IPv4 restringe a possibilidade de designação de endereços IP, fundamentais para o crescimento e desenvolvimento da Internet, bem como a implementação de soluções da chamada a Internet das Coisas (IoT), na que são necessários mais recursos de numeração, sendo o IPv6 uma das soluções para esse fim.
Ele acrescenta que o uso de dispositivos sem suporte a IPv6 tem impacto negativo, não apenas no imediato, mas fundamentalmente no médio e longo prazo.
Nesse sentido, adverte que a região corre o risco de adquirir uma quantidade significativa de equipamentos obsoletos que só suportam o IPv4, convertendo os países receptores de equipamentos desatualizados, considerados “lixo eletrônico”, provocando um atraso em matéria de tecnologia devido à impossibilidade de implementar novos serviços que exigem um uso muito mais massivo do espaço de endereçamento IP.
Com base nisso, recomenda o estabelecimento de planos e procedimentos para incentivar a aquisição e comercialização de equipamentos compatíveis com IPv6, de forma a garantir os requisitos mínimos necessários para a implementação e correto funcionamento deste protocolo.