Os primeiros usos massivos da IoT na América Latina
30/05/2016
A agricultura, a indústria e o controle de tráfego serão os primeiros setores a usar em massa a Internet das Coisas (IoT por sua sigla em inglês: Internet of Things) na América Latina e o Caribe, estimou Inés Robles, engenheira em sistemas da informação da UTN-FRM que trabalha hoje na Ericsson Finlândia, durante uma entrevista com LACNIC News em Cuba, onde a especialista participou do evento anual de LACNIC.
Robles acredita que devido ao desenvolvimento da agricultura na América Latina, esse setor será um dos primeiros em usar em massa dispositivos conectados à Internet para coletar informações on-line acerca do estado das plantações e do ambiente, entre outros. “Podem ser usados, por exemplo, dispositivos de baixo custo que funcionem com baterias AA e colocá-los nas plantações para monitorar fatores ambientais como o crescimento da vegetação, a temperatura, a umidade, etc. enviando essas informações para um dispositivo central conectado à Internet para seu processamento. Um dos objetivos da IoT neste tipo de instalações é que os dispositivos de baixo custo durem vários anos com as mesmas baterias”, afirmou a pesquisadora na IoT.
Para Robles, o monitoramento industrial para reduzir o consumo de energia ou aumentar o processamento será outro dos setores em que será muito usada a Internet das Coisas na região.
Na lista de primeiros usos da IoT nos países da América Latina, a engenheira também incluiu o controle de tráfego e colocou como exemplo aplicativos de Smart Cities que estão sendo usados em diferentes cidades da região.
Em nível dos cidadãos, Robles disse que o telefone inteligente vai se tornar a principal interface do usuário com a IoT. “Por exemplo, desde um telefone inteligente será muito fácil monitorar as coisas através do celular: abrir a porta da garagem ou ligar a lâmpada quando estou voltando para casa”.
Robles definiu a Internet das Coisas “como uma expressão usada para identificar uma rede em que os dispositivos estão conectados entre sim: qualquer objeto que possa ser conectado à Internet ou possa ser acessado através da Internet, com ou sem intervenção humana”.
Salientou que no futuro a nível técnico deve ser garantida a interoperabilidade entre os dispositivos e principalmente cuidar e garantir a privacidade das pessoas.
“A privacidade é muito importante porque através da Internet são compartilhados dados pessoais sensíveis que pessoas não autorizadas não deveriam ter acesso. Por exemplo, se uma geladeira enviar um sinal pela Internet de que está faltando carne e alguém intercepta essa mensagem, essa pessoa pode inferir que o proprietário da geladeira está de férias ou tem determinado consumo. Por isso, é essencial ter a garantia da privacidade quando forem implementadas estas tecnologias. Isto implica que os protocolos e os produtos têm que fornecer aos usuários com a segurança necessária para que eles possam usar essa tecnologia com tranquilidade sentindo-se seguros, disse a especialista.