Medidas urgentes para combater cibercrime na região
03/11/2011
Primeiro estudo sobre crimes informáticos na América Latina e o Caribe recomenda medidas imediatas para interromper ações maliciosas na Internet.
A dimensão do cibercrime na América Latina e o Caribe obriga a adotar medidas e a gerar planos de ação em cada um dos países da região para garantir o aproveitamento máximo dos múltiplos benefícios das tecnologias da informação e minimizar o risco, segundo as principais conclusões do primeiro estudo Panorama do Cibercrime na América Latina apresentado em Buenos Aires no LACNIC XVI.
O trabalho -realizado com o apoio do Projeto Amparo do LACNIC- aponta que o desenvolvimento tecnológico vertiginoso dos países da região e o conseguinte crescimento inexorável do cibercrime, leva a estabelecer planos para evitar enganos e fraudes na Internet.
Para Patricia Prandini e Marcia Maggiore, autoras da pesquisa, os níveis atuais de cibercrime na América Latina são preocupantes, com prováveis cenários de ataques cibernéticos e conseqüências muito sérias para a população que já acrescenta custos de phishing para os bancos superiores a 9.3 bilhões de dólares por ano.
Prandini e Maggiore estabelecem no seu trabalho uma série de sugestões para os governos. Propõem desenvolver estratégias nacionais sobre cibersegurança que procurem a proteção da infraestrutura crítica dos Estados Nacionais com um aumento da capacidade de resposta a incidentes e a criação de agências especializadas. Também sugerem realizar campanhas de sensibilização para a cidadania, estabelecer mecanismos de coordenação com o setor privado e com outros países, e adaptar o marco normativo para penalizar os crimes cibernéticos.
O estudo também propõe aos setores acadêmicos, o desenvolvimento de conteúdos e programas de formação de profissionais especialistas em segurança da informação. E para o setor privado, a criação de grupos de trabalho que abordem dentro das organizações a segurança informática com um enfoque múltiplo.
As autoras da pesquisa advertem que hoje “as ameaças são mais complexas e sofisticadas” e que se tem “formado um modelo de negócio criminoso amplamente explorado através da Internet, alimentando uma economia clandestina que cresce exponencialmente a cada dia”.
Segundo o estudo, os criminosos exploram as fraquezas das tecnologias, as lacunas na legislação e a falta de conscientização dos usuários, bem como o alcance global da Internet e sua rápida expansão. Deve-se acrescentar também a facilidade com que podem ser apagadas as evidências na Internet, e as dificuldades para identificá-las quando não há especialistas ou não se têm as ferramentas certas.
O estudo completo pode ser consultado em:
http://www.proyectoamparo.net/pt-br/projetos