Lista de espera: sete anos para receber endereços IPv4

17/07/2023

Segundo estimativas atuais do LACNIC baseadas na recuperação de endereços IPv4 na região, as organizações que ingressam hoje à Lista de Espera só terão satisfeita a sua demanda de endereços daqui a sete anos e poderão receber apenas um máximo de 1.024 endereços IPv4. Há doze meses a expectativa para obter esses endereços era de cinco anos.

Em agosto do ano passado havia 820 organizações na lista; atualmente esse número atingiu 1.070 associados.

Apesar de que o número de organizações que ingressa na Lista de Espera tem se tornado mais lento, a cifra ainda é bem mais alta que a das solicitações que podem ser atendidas com o espaço recuperado”, comentou Alfredo Verderosa, gerente de Serviços do LACNIC.

As organizações que estão recebendo hoje endereços do espaço recuperado, tiveram que esperar em média uns 825 dias.

A lista de espera foi criada em 19 de agosto do ano 2020, quando foi alocado o último bloco disponível de endereços IPv4, e tem como objetivo criar uma ordem entre as organizações que solicitam estes endereços. Para entrar na lista é preciso ser associado do LACNIC e possuir endereços IPv6 alocados.

Os endereços a serem entregues a quem está esperando, passam por um processo de quarentena de seis meses, a fim de garantir que não sejam reclamados ou que não estejam anunciados em listas negras ou filtros, bem como que efetivamente pertençam à região. Segundo Verderosa, conforme o comportamento que teve a recuperação de recursos, estima-se que a última solicitação ingressada à Lista de Espera só poderá receber recursos em 2023.

“A data (2030) não é exata e pode variar, já que é uma estimativa embasada na informação histórica. Não é possível saber com exatidão a quantidade de blocos IPv4 que serão recuperados nos próximos meses ou anos”, acrescentou.

Nesse sentido, Verderosa salientou a importância de trabalhar com o IPv6 e assegurou que o ponto chave é a implementação deste protocolo na região. As estatísticas mais recentes sobre o aumento do tráfego e a quantidade de usuários com a última versão do protocolo, mostram o caminho para as operadoras, organizações e governos, já que os blocos de endereços IPv6 estão disponíveis, sem espera, na região do LACNIC.