FRIDA no IGF: o Sul também existe

22/12/2016

FRIDA no IGF: o Sul também existe

Destacada presença teve o programa FRIDA de LACNIC conjuntamente com seus sócios da aliança Seed Alliance, ISIF Ásia de APNIC e AFRINIC da África, no Fórum da Governança da Internet (IGF) que reuniu mais de 3.000 mil participantes do mundo todo em Guadalajara (México) de 6 a 9 de dezembro.Durante esta cúpula mundial da governança da Internet, FRIDA organizou duas oficinas sobre segurança informática e empreendedorismo, contando uma delas com comentários de Vint Cerf desde o público. Cibersegurança desde o sul. Na terça-feira 6, FRIDA e seus sócios de Seed Alliance organizaram sua primeira oficina intitulada Cibersegurança nos países do sul.  Com a sala cheia, a sessão foi moderada por Carlos Martinez, CTO de LACNIC, quem coordenou as intervenções dos paneilistas Olaf Kolkman, Diretor Executivo de Tecnologia da Internet na Internet Society; Cristine Hoepers, Gerente Geral de CERT.br; e Jean Robert Hountomey, coordenador do África CERT. Na abertura deste debate https://www.youtube.com/watch?v=_GnqRogVqG4&t=1sOlaf colocou o foco na segurança colaborativa como uma abordagem para tratar questões de cibersegurança. A segurança colaborativa nasce da natureza da própria Internet: a Internet é a rede de redes, é descentralizada, e muitas pessoas contribuem com ela. Nesse sentido, o especialista da Internet Society considerou que “a segurança apenas pode ser alcançada em colaboração” e que todos os níveis com ação para combater a cibersegurança, implicam contribuições dos diferentes stakeholders envolvidos.Hoepers relatou a experiência do Brasil em questões de cibersegurança. Apontou que o principal desafio para implementar melhores práticas é o conhecimento e a construção de capacidades.  “Quando alguém não sabe o que fazer, é um problema compartilhado, é um problema colaborativo”, afirmou a responsável do CERT.br.  Salientou a colaboração de LACNIC na região e disse que “um dos desafios é fazer com que as pessoas entendam que [a cibersegurança] é um esforço colaborativo, que é responsabilidade de todos participar na segurança, mas ao mesmo tempo, é necessário ensinar-lhes.”Por sua vez, Jean Robert, compartilhou experiências do África CERT e como nesse continente conseguiram superar as dificuldades de colaboração e confiança.  “No início, os diversos stakeholders falavam línguas diferentes, portanto tivemos que voltar a posicionar o debate em termos de benefícios e incentivos econômicos, em termos de perdas econômicas”, contou Robert. Desta forma, continuou, encontraram um ponto comum que facilitou o diálogo e a colaboração entre a comunidade técnica e os líderes políticos para trabalhar em parceria e assim melhorar a situação de segurança no continente africano. Durante a oficina também foram apresentados seus empreendimentos, os dois subsidiados de cibersegurança de FRIDA neste ano:  Marcelo Palma da Universidade Estatal de Campinas (Brasil) e Erika Vega de RENATA (Colômbia). Palma referiu-se a iniciativa Proteção de TOR contra o tráfego Malicioso do Brasil e Vega ao projeto Segurança BGP em infraestrutura na Rede Nacional Acadêmica de Tecnologia Avançada (Colômbia). Olaf parabenizou o projeto de RENATA e sublinhou que “é exatamente esse tipo de ações que vão conseguir tornar a Internet mais segura, trabalhando ao nível do IXP, melhorando a infra-estrutura como um todo.”
Empreender e sobreviver com sucesso. A segunda oficina de FRIDA, ISIF Ásia e AFRINIC no IGF esteve focada no empreendedorismo e na inovação nos países do sul. Atuou como moderador Kevon Swift, responsável das relações externas para o Caribe de LACNIC, e no painel falaram Joyce Dogniez, Diretora Sênior do Compromisso na Internet Society; Carolina Caeiro, Coordenadora de Projetos de Desenvolvimento em FRIDA; Paul Kukubo, membro do Conselho das Comunicações de Quênia e empreendedor serial; Sylvia Cadena, Diretora de programas da Fundação PNIC; e Sergio Araiza de SocialTic.Nesta oficina (https://www.youtube.com/watch?v=05G6sYlDTqo&t=1093s) foram analisados os desafios que enfrentam os inovadores e os empreendedores dos países em desenvolvimento e o acesso ao financiamento, bem como também tentou identificar oportunidades disponíveis para a inovação na Internet nos países do sul.Participou no público Vint Cerf e também estiveram presentes os dois vencedores dos prêmios FRIDA, Margaret Bernard de AgriNett e Eduard Martín-Borregón de Mexicoleaks, conjuntamente com os outros premiados do Seed Alliance 2016 da África e Ásia.Joyce Doignez salientou como “o empreendedorismo está crescendo exponencialmente no sul global”, citando exemplos da Índia e Quênia e destacou como “uma Internet aberta pode contribuir na remoção das barreiras para o empreendedorismo e inovação” nos países do sul.Carolina Caeiro afirmou que a inovação no sul global, particularmente no que diz respeito aos empreendimentos sociais, está fortemente destinada a resolver necessidades e dar resposta a problemas concretos. Citou como exemplos, os dois premiados de FRIDA. Ele ressaltou também os desafios em relação ao financiamento, ao acesso a Internet e ao fosso digital, e a construção de capacidades com os empreendedores. Paul Kukubo enfatizou no papel que desempenham os empreendedores no continente africano em apoiar e gerar valor nos serviços públicos, onde o Estado no consegue atender todas as necessidades. Falou da importância de promover a confiança entre inovadores para encorajá-los a empreender, e que “as barreiras para ingressar [ao mundo do empreendedorismo] não são altas, mas as barreiras para crescer e ganhar escala são sim”, ali é onde está o principal desafio.Sylvia Cadena, por sua vez, disse que o principal desafio no mundo do empreendedorismo é trabalhar com base em pressupostos. Em seu lugar, disse, “os empreendedores devem concentrar-se mais na análise e na reflexão”, citando exemplos concretos das ilhas do Pacífico.Sergio Araiza, por último, encerrou com três exemplos de empreendedorismo na América Latina e o Caribe: Voto Jovem, Olho Público e Codeando México.Vint Cerf participou desde a plateia. Ele disse que quando se fala sobre o impacto do empreendedorismo no sul global, não deve estar focado apenas no número de start-ups existentes, mas em quantas sobrevivem e nos casos de sucesso.Premiados de FRIDA. Assim mesmo, durante o Fórum de Governança, LACNIC entregou as distinções aos dois vencedores dos prêmios FRIDA 2016: AgriNeTT da Universidade de West Indies (Trinidad e Tobago) e Mexicoleaks (México). (https://www.youtube.com/watch?v=loOEM13zXAs)

As opiniões expressas pelos autores deste blog são próprias e não refletem necessariamente as opiniões de LACNIC.

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