Conectividade na América Latina: o aumento da demanda por largura de banda internacional

10/10/2024

Conectividade na América Latina: o aumento da demanda por largura de banda internacional

Por Juan Velandia – Analista, TeleGeography

A demanda por largura de banda internacional continua crescendo na América Latina e o Caribe e, em 2023, ultrapassou os 250 Tbps. Embora as taxas de crescimento tenham desacelerado após o pico observado durante a pandemia da Covid-19, espera-se um crescimento sustentado no futuro. De fato, entre 2024 e 2029, espera-se que a América Latina tenha um crescimento anual de 32%, valor que está em linha com a média global (31%).

Não é surpresa para ninguém que a América Latina e o Caribe continuem fortemente focados na capacidade dos Estados Unidos. A largura de banda internacional conectada aos Estados Unidos e Canadá representou 79% da capacidade total da região, uma ligeira diminuição em relação aos 85% em 2019. No entanto, apesar dessa pequena queda, a América Latina e o Caribe continuam muito mais dependentes de conexões com os Estados Unidos do que qualquer outra região do mundo.

Quem é responsável pela demanda de largura de banda na região? Provedores de conteúdo como Google, Meta e Amazon são responsáveis ​​por uma parcela crescente da largura de banda conectada à América Latina e ao Caribe. Desde 2019, a demanda por provedores de conteúdo na região quintuplicou, atingindo mais de 80 Tbps em 2023. Apesar deste enorme crescimento, por enquanto, os provedores de backbone da Internet ainda representam mais de 60% do total da região. No entanto, no mesmo período entre 2019 e 2023, os provedores de backbone da Internet cresceram apenas 31%. Portanto, projetando para o futuro, esperamos que a maior parte da largura de banda internacional venha de provedores de conteúdo na região. 

Como podemos ver, existem sinais claros de que a demanda continuará crescendo em ritmo acelerado na região. Para atender a essa demanda crescente, novos cabos estão sendo implantados. Esses projetos estão focados principalmente nas conexões na região do Caribe e da América Central (por exemplo, cabos como TAM-1, Gold Data-1/Liberty Networks-1). Projetos adicionais incluem a Carnival Submarine Network-1 (CSN-1), que fornecerá uma ligação entre o Equador, Colômbia, Panamá e Estados Unidos.

Mesmo com todos esses anúncios interessantes sobre os cabos, esperamos projetos adicionais no futuro. Muitos sistemas de cabos da região têm mais de 20 anos, e estão chegando ao fim de sua vida útil, portanto é provável que estes sejam desativados até o final da década. Isso significa que é necessário atualizar a infraestrutura de cabos em muitas rotas. Na América Central e o Caribe, existem vários sistemas que estão ativos desde 2000 (Americas-II, Maya-1, South American Crossing, Pan-American Crossing, Mid-Atlantic Crossing, GlobeNet) e 2001 (ARCOS, South America-1). Cada sistema é diferente, mas em geral eles estão se aproximando ao fim da sua vida útil econômica, e deverão ser substituídos.

Para uma discussão mais aprofundada e perspectivas sobre o futuro da largura de banda internacional na região, convidamos você a assistir à gravação da apresentação sobre o tema no LACNIC 42 – LACNOG 2024.

As opiniões expressadas pelo autor deste artigo são próprias e não refletem necessariamente as opiniões de LACNIC.

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