A economia digital “faz parte de uma nova visão de desenvolvimento” José Clastornik, diretor de Agesic
19/03/2013

Em abril, Montevidéu abre suas portas para receber a quarta Conferência Ministerial sobre a Sociedade da Informação, um encontro que vai procurar revigorar o plano de ação regional que concebe a tecnologia da informação e comunicações (TIC) como instrumentos para atingir um desenvolvimento mais inovador e igualitário na América Latina e o Caribe.
José Clastornik, anfitrião da reunião, em sua qualidade de diretor da Agência de Governo Eletrônico e Sociedade da Informação (Agesic) do Uruguai, afirma que a Conferência de Montevidéu deve marcar um ponto de viragem para conseguir a meta estabelecida para os próximos dois anos sobre a universalização do acesso à banda larga de alta qualidade na região e a incorporação das TIC em atividades produtivas, serviços públicos, educação e saúde.
Falando com Lacnic News, Clastornik disse que, para enfrentar os desafios da governança da Internet com uma visão de consenso “é necessário primeiro compreender a importância e vincular-se ao debate”.
Quais as expectativas que o Uruguai tem sobre esta reunião?
O ano de 2013 é um ano de transição. Começamos a reta final para o período estabelecido pela comunidade internacional, para implementar os objetivos tanto da Cúpula Mundial da Sociedade da Informação quanto do Plano de Ação da América Latina -eLAC-, enquanto começam as discussões sobre a estratégia para além de 2015.
Para nós, a Quarta Cúpula Ministerial marca uma etapa importante. O desafio para essa reunião é de ser um ponto de partida de um ciclo de dois anos que exige a participação ativa da região nos diferentes fóruns internacionais, a avaliação dos avanços e a projeção dos desafios que devemos assumir de aqui em mais. Em definitiva, estamos perante uma oportunidade de aumentar a visibilidade da América Latina e o Caribe em seu conjunto –entendendo e respeitando os aspectos particulares que podem acontecer em nossos países-, para posicionar à região, uma vez que temos um processo sólido de oito anos com importantes avanços para destacar a nível mundial.
A região tem uma visão de consenso sobre os desafios da governança da Internet? O que deveria ser feito nesse sentido?
Para chegar a um consenso é necessário primeiro compreender a importância e vincular-se ao debate. A esse respeito, no marco da reunião preparatória da Conferência Ministerial acontecida em outubro passado em Quito, a Governança da Internet foi uma das questões discutidas e foi reconhecida a importância crescente dos debates na matéria, considerando a diversidade de focos e modelos existentes e a necessidade de promover a participação regional nos fóruns internacionais (como a ICANN e IGF) de forma coordenada, impulsionando o desenvolvimento de capacidades e a criação de marcos analíticos.
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Assim mesmo, foi identificada a incorporação estável de representantes da Mesa de Coordenação do eLAC na Reunião Preparatória Regional para o Fórum de Governança da Internet (LACIGF) como uma das instâncias relevantes na matéria.
É claro que estamos conscientes de que os desafios existem não apenas na gestão da rede em si, mas também, por exemplo, em matéria de privacidade e segurança da informação, temáticas nas que é necessária uma articulação com e entre os diferentes atores que fazem parte do ecossistema da Internet, como fizemos na Conferência mundial de privacidade e proteção de dados organizada em Punta del Este em outubro de 2012.
Como pode ser melhorada a articulação entre os governos e os atores da Internet?