A experiência do Panamá e Costa Rica no IPv6

30/05/2016

A experiência do Panamá e Costa Rica no IPv6

Os governos da Costa Rica e Panamá apresentaram seus casos de implementação do IPv6 durante um painel organizado no LACNIC 25 para analisar o impacto das políticas públicas nos países da região sobre a adoção deste protocolo, após o esgotamento do IPv4.

Moderado por César Díaz, de LACNIC, o painel contou com a participação de Nayreth González, Autoridade Nacional para a Inovação Governamental (AIG) do Panamá, e Rosa Zúñiga Quesada, do Ministério de Ciência e Tecnologia da Costa Rica.

No caso do Panamá, González apontou que o país impulsiona oficialmente um plano de ação do IPv6 através da criação de um Comitê de Adoção do IPv6 cujo objetivo é desenvolver iniciativas que incorporem a versão 6 do protocolo da Internet.

Revelou que há 46 organizações no Panamá com designação de recursos no IPv6 e que os Servidores de Nomes de Domínio .pa estão registrados para suportar IPv6 (DNS IPv6).

Nayreth contou que a AIG realizou workshops teóricos e práticos sobre IPv6, para formar técnicos nesse país conjuntamente com especialistas de LACNIC, bem como incentivou a participação nos grupos de trabalho sobre este protocolo.

No curto prazo, disse Gonzalez, foram tomadas ações diferentes. A inclusão desse tema no âmbito das estratégias nacionais para a promoção das TIC e acordos para desenvolver conteúdos em IPv6 com entidades de ensino superior, provedores de aplicativos (software) e prestadores de serviços e conteúdos da Internet, que permitam melhorias na experiência do usuário quando usa IPv6 nativo.

Outro ponto mencionado foi a incorporação do protocolo na administração pública mediante sua inclusão nas especificações técnicas da Rede Nacional Multisserviços do Panamá e a promoção da isenção de impostos para compras relacionadas ao IPv6.

No caso da Costa Rica, Zúñiga contou que, após um diagnóstico sobre o IPv6, em que é reconhecida a falta de prioridade nessa questão e a falta de técnicos treinados, o governo decidiu tomar medidas para assegurar a eficaz implementação deste protocolo.

Nesse sentido, ela listou medidas implementadas para reverter a situação: a organização de sessões de formação e desenvolvimento de campanhas informativas sobre a importância do IPv6, a emissão de diretrizes e governamentais e políticas públicas para a promoção deste protocolo, a busca de colaboração técnica com organizações internacionais e o monitoramento quase permanente dos progressos da implementação no país.

Essas ações permitiram capacitar no IPv6 a mais de 200 técnicos e incorporar o suporte IPv6 como requisito na compra de produtos e serviços de Tecnologias da Informação e da Comunicação.

Costa Rica elaborou um Plano de Implementação do IPv6 que apenas foi atendido por 22% dos ministérios oficiais, apontou Zuñiga. A falta de orçamento tem sido o principal obstáculo, de acordo com a funcionária do ministério.

No entanto, ela se mostrou otimista porque no Plano Nacional de Desenvolvimento das Telecomunicações “Costa Rica: uma sociedade conectada” está listada como um dos eixos a adoção do IPv6 nos serviços públicos, esperando atingir o ano de 2019 com todos os ministérios do país usando este protocolo.

O caminho na Costa Rica, afirma Zúñiga, deixou lições aprendidas: requere-se de um grande esforço e coordenação e do apoio de altas autoridades nacionais, caso contrário, é muito difícil avançar.

Para acessar o painel, clique aqui: http://www.lacnic.net/web/eventos/lacnic25-agenda-lacnic

As opiniões expressas pelos autores deste blog são próprias e não refletem necessariamente as opiniões de LACNIC.

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