Operadoras da região se unem ao coletor BGP

28/05/2020

Operadoras da região se unem ao coletor BGP

Ao menos sete operadoras da região uniram-se ao projeto do LACNIC para colaborarem com o serviço de informação do RIPE (RIPE RIS) sobre o estado das rotas BGP globais da Internet.

 Os primeiros dados outorgados pelas operadoras mostram tabelas de roteamento completas, bem como tabelas parciais de algumas operadoras. Em ambos os casos são importantes, uma vez que evidenciam visões de diferentes lugares da rede, no entanto, contar com tabelas completas permite um maior grau de análise.

 “Precisamos ter mais operadoras que compartilhem seu full table para contarmos com informação da região e assim ver quais são as tendências”, afirmou Guillermo Cicileo, líder de Pesquisa e Desenvolvimento em Infraestrutura da Internet do LACNIC.

Os dados das operadoras chegam ao coletor RRC24, que está em Montevidéu, que foi adicionado ao projeto RIPE RIS (http://ris.ripe.net/) no ano passado.

Cicileo assegurou que para ter uma melhor informação sobre o compartilhamento de roteamento na região, é necessário a contribuição das organizações da Internet. “Com o suprimento de seus dados e a informação sobre o que está acontecendo a nível regional poderemos ter um panorama global da situação”, afirmou.

Diferenças conforme a perspectiva. Comparando a informação dada pelas operadoras até agora, Cicileo comentou que, enquanto algumas anunciam na ordem de 790 mil prefixos IPv4, outras anunciam mais de 820 mil. “Há quase 30 mil prefixos IPv4 de diferença entre as operadoras. Isso pode ser por vários motivos, começando pelas diferentes formas de adicionar as rotas às possíveis interconexões que têm visibilidade menos global. Algo que também ocorre em outras regiões, e há estudos sobre este assunto”, disse Cicileo.

Esta diferença poderia afetar o tráfego da Internet? Se alguns sites não tiverem visibilidade global, poderão ser inacessíveis em algumas regiões. Projetos como RIPE RIS nos permite, por exemplo, analisar desde que lugares do mundo conseguimos acessar nossas redes e se a divulgação através do BGP está sendo bem vista. Daí a importância de contar com mais informação e mais tabelas de roteamento da região.

O líder de Pesquisa e Desenvolvimento em infraestrutura da Internet do LACNIC reiterou o convite às operadoras para que estas estabeleçam sessões BGP multihop com o coletor de Montevideu e enviem suas tabelas de BGP. Esta configuração não afeta o roteamento da organização, já que, simplesmente procura exportar as tabelas de roteamento para um servidor que processa dados, mas que não interfere no referido processo de roteamento.

A informação dada pelos coletores do LACNIC é pública e muito útil para conhecer o estado de roteamento da região, e, dessa forma contribuir para a estabilidade do sistema de roteamento global.

Por mais informação sobre o RIPE RIS acesse o seguinte link: https://www.ripe.net/analyse/internet-measurements/routing-information-service-ris

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