Estado de conectividade regional em 2024

26/02/2024

Estado de conectividade regional em 2024

Por Guillermo Cicileo, Líder de Pesquisa e Desenvolvimento em infraestrutura da Internet do LACNIC e María Gayo, Gerente de Comunicações do LACNIC.

Ao finalizar o ano 2023, conseguimos analisar dados concretos sobre a conectividade internacional ou regional: a evolução nas tendências do tráfego, o comportamento das redes, o aumento dos cabos submarinos, entre outros. Nesta publicação queremos convidá-los a fazerem um breve percurso pelos dados – coletados por TeleGeography – sobre o estado atual da conectividade.

Crescimento da largura da banda

Entre 2019 e 2023, a largura da banda internacional da Internet quase triplicou-se para atingir os 1.217 Tbps (ou seja, 1,2 Pbps). A pesar de que em 2020 alavancou-se o crescimento anual por conta da pandemia, os dados de 2021 a 2023 mostram uma diminuição lenta, mas perceptível e constante, já que as taxas de crescimento global anual caíram por de baixo de 39%, similar aos níveis prévios à pandemia.

Proporção da largura da banda da Internet internacional da América Latina por região (Fonte: Telegeography)

A rota inter-regional com mais largura de banda da Internet é a da América Latina, Estados Unidos e Canadá, devido a dois fatores; 1. A largura da banda internacional da Internet da América Latina está quase completamente conectada aos EUA e ao Canadá 2. Os grandes provedores de conteúdo implementaram enlaces massivos transatlântico e transpacífico.

Podemos esperar que estas tendências continuem no futuro?

Evolução dos cabos submarinos que afetam a região

Este ano espera-se que o cabo submarino do Google, Firmina, fique pronto. O cabo conectará os Estados Unidos com o Brasil, o Uruguai e a Argentina. Google, a entidade estatal chilena Desarrollo País e a Oficina de Correos y Telecomunicaciones de la Polinesia Francesa (OPT) anunciaram o traçado do sistema de cabo Humboldt que pretende unir América do Sul com a Ásia-Pacífico. Conforme o que foi previsto atualmente, o sistema unirá o Chile, a Polinésia Francesa e a Austrália. Ainda não foram anunciadas as aterrissagens nem a data de início do serviço.

Diferentes provedores também planejaram a construção de cabos submarinos entre os Estados Unidos e a América Latina. América Móvil e Telxius estão desenvolvendo um cabo, AMX-3/Tikal, que conectará os Estados Unidos com a Guatemala e o México, com uma possível aterrissagem adicional na Colômbia. Espera-se que o cabo tenha uma capacidade de 190 Tbps e fique pronto para serviço em 2026. Gold Data e Liberty Networks estão trabalhando em parceria para desenvolver um cabo submarino com duas partes, que ficará pronto em 2026. A primeira parte Gold Data-1, conectaria Veracruz e Cancún no México com a Flórida nos Estados Unidos. A segunda parte, Liberty Networks-1, proporcionará uma conexão entre o Paraná e a Colômbia a uma unidade de bifurcação em GD-1. Outros projetos importantes entre a América Latina e os Estados Unidos são TAM-1 e a Rede Submarina Carnival (CSN-1). A previsão é que estes dois cabos fiquem prontos para 2025.

(Acesso livre, não requer assinatura)

Conforme o que já vem acontecendo há alguns anos, os provedores de conteúdo continuam construindo redes de fibra que conectam seus datacenters em diferentes regiões.

Crescimento da capacidade e do tráfego

Os dados de largura de banda e tráfego mostram o volume adicionado das redes troncais da Internet no mundo todo.  Estes dados proporcionam uma ampla visão de como está evoluindo a Internet a nível mundial. Algumas das tendências a longo prazo podem parecer bastante óbvias, como o rápido crescimento da largura da banda nos mercados emergentes. Porém, outros fatores, como o papel cada vez mais importante das redes de provedores de conteúdo, podem contribuir para flutuações anuais excepcionais nos níveis de capacidade e tráfego.

Na América Latina a largura da banda internacional atingiu 157 Tbps em 2023, crescendo a um ritmo de 34%, superior ao dos anos anteriores.

As opiniões expressas pelos autores deste blog são próprias e não refletem necessariamente as opiniões de LACNIC.

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