Conselhos para a criação de um plano de endereçamento IPv6
22/03/2022
Por José Cotúa – Diretor geral da TECNOLÓGICA SIMEON COMPANY CHILE SpA
Com a colaboração do LACNIC desenhamos um guia para que as organizações elaborem de forma exitosa um plano de endereçamento IPv6.
Desta forma, buscamos colaborar com o desenvolvimento de estratégias para implementar este protocolo de Internet.
Um plano de endereçamento IPv6 se define como um modelo sistemático no qual são estabelecidos os detalhes – técnicos e de procedimento- sobre como e de que forma serão feitas as diferentes alocações de endereçamento IPv6 dentro de uma rede, seja de um cliente final ou de uma operadora ISP.
Este plano é elaborado com antecedência e faz parte dos procedimentos e atividades de planejamento do projeto de transição e de implementação do IPv6.
Este plano possibilita organizar e ordenar antecipadamente o processo de alocação dos recursos de numeração IPv6 dentro da rede, permitindo documentar e facilitar as alocações, ajudar nos processos de resolução de falhas e garantir o crescimento ordenado e escalável da rede. Tudo isso permite a implementação de boas práticas e facilita a implantação de técnicas de engenharia de tráfego, roteamento de rede e qualidade de serviço.
Por quê? A transição para o IPv6 é um projeto,e, a meu ver, é dessa forma que deve ser entendido, e como tal possui ao menos um objetivo bem definido: a implementação do IPv6 dentro da rede da operadora ISP ou do cliente final. Como qualquer projeto é necessário levar adiante processos de início, planejamento, execução, controle e encerramento, entre outros. É fundamental planejar todos os detalhes técnicos e de procedimento das atividades a serem realizadas; já que a importância de um plano de endereçamento radica também em permitir documentar, facilitar, otimizar e agilizar o uso dos recursos de numeração IPv6 dentro da rede. Inclusive sua importância não está apenas no âmbito de uma melhor gestão de alocações, mas também na otimização de aspectos técnicos e de engenharia no roteamento da rede.
(Acesso livre, não requer assinatura)
Como vai tudo? No desenvolvimento do plano de endereçamento IPv6 são contemplados vários aspectos: planejamento, elaboração, documentação e aplicação. Em particular, observei que os ISP já começaram a fazer um plano de endereçamento, contemplando-o como parte importante do processo de transição. No entanto, parece que somente definem e elaboram o plano. Creio que ainda falta que os ISP apliquem e documentem o plano (sua gestão).
Ou seja, as organizações se conscientizaram no que refere a necessidade de um plano de endereçamento IPv6, tentam defini-lo e implementá-lo – e isso é um avanço – porém ainda falta gestão e aplicação do referido plano de forma transversal em todo o projeto de transição para o IPv6. Creio que deveríamos começar a avançar nessa direção. Dito de outra forma, sinto que o plano de endereçamento IPv6, em alguns casos, fica apenas na teoria, não é posto em prática.
O LACNIC fez um bom trabalho, divulgando a importância de profissionalizar o processo de transição para o IPv6, e aos poucos as organizações, em especial os ISP, foram entendendo que devem se organizar, planejar e executar um plano bem desenhado e estruturado. O planejamento da transição para o IPv6, bem como o plano de endereçamento do IPv6, é algo que, em particular, teve um crescimento importante nos últimos quatro anos a nível da LATAM. Além disso, várias empresas consultoras da região mostraram a necessidade que as organizações têm de ver a transição para o IPv6 como um projeto que requer conhecimento, investimento, tanto de tempo como de dinheiro, e profissionalismo, com o intuito de fazê-lo da melhor forma possível.
As opiniões expressas pelos autores deste blog são próprias e não refletem necessariamente as opiniões de LACNIC.