As mulheres ganham espaço na comunidade de LACNIC.
29/06/2017
Ela decidiu se candidatar para a Comissão Eleitoral de LACNIC como um desafio para aumentar a participação ativa como membro da comunidade, conseguindo o apoio da maioria dos votantes. Dessa forma, Vivian Valverde, uma engenheira da Costa Rica com 16 anos de experiência no mundo das TIC, foi eleita pela comunidade de LACNIC para ocupar uma vaga na Comissão Eleitoral de LACNIC até 2020.
Participante ativa da comunidade regional e dos eventos de LACNIC há dez anos, Valverde está convencida de que a Internet é um mundo para todo aquele que queira aprender, compartilhar e contribuir com seus conhecimentos, sem importar o gênero.
Encorajou outras mulheres a seguir o seu caminho e ficar mais envolvidas nos trabalhos do dia a dia da comunidade e principalmente de LACNIC.
Desde seu ponto de vista, você observa um maior envolvimento das mulheres da América Latina no mundo da Internet nos últimos tempos?
Efetivamente é assim, as estatísticas provam isso e na hora certa, porque no ecossistema da Internet não há restrições de gênero ou raça, a Internet é para todos, foram as pessoas quem têm levado a acreditar que existem diferenças entre homens e mulheres. Internet é uma ferramenta que permite o crescimento e o desenvolvimento sempre que aproveitadas as suas bondades de forma positiva. A mudança é percebida em todas as áreas técnicas, áreas legais relacionadas com a Internet, representações da sociedade civil e os usuários finais.
Por que você acredita que até hoje a participação feminina na área informática foi sensivelmente menor a dos homens? O âmbito das TIC é “um mundo de homens”?
A participação feminina tem sido menor no passado, não apenas no setor da informática, mas globalmente de todas as áreas da engenharia porque essas profissões foram “estereotipadas”, como exclusivas para homens, coisa que eu acho errada, porque se a mulher gosta deste tipo de trabalho e tem a capacidade para realizá-lo não tem por que limitar-se. Durante meus estudos universitários para me graduar como Engenheira de Sistemas, eu me lembro como às vezes era a única mulher nos cursos e em outros estava acompanhada por umas poucas colegas, uma situação que continua até hoje a nível de trabalho e esta condição longe de desmotivar-me me leva a dar sempre o melhor de mim.
A área das TIC é um mundo para todas as pessoas que queiram aprender, compartilhar e contribuir com seus conhecimentos sem importar o gênero.
Como considera você que um número maior de mulheres possa ser envolvido nas questões da Internet na América Latina e o Caribe? Considera a lista IT Women uma boa iniciativa? Que outras ações você sugeriria?
Nós, as mulheres que já fazemos parte das TIC, somos quem temos a responsabilidade de incentivar a participação através de nossas experiências no mundo da Internet, dando o exemplo e motivando para que todas aquelas que desejem envolver-se percebam que é possível sim. A lista de IT Women permite uma maior interação entre as mulheres da comunidade promovendo a participação das mulheres nos eventos. Do outro lado, é muito importante dar continuidade, por exemplo, às reuniões que permitem a participação de todas aquelas que não têm a possibilidade de oferecer suas contribuições de forma presencial, conhecer mais sobre seus perfis e os projetos dos quais fazem parte.
Como a igualdade de gênero pode contribuir ao mundo digital?
A maior contribuição não é a inclusão de gênero, mas sim a eliminação de todos os estereótipos que marcam fronteiras ou diferenças entre nós. Todos nós temos direito a acessas à tecnologia desde todas suas formas.
Desde quando você está vinculada a LACNIC?
A primeira vez que participei de um evento de LACNIC foi em 2007, realizado na Ilha Margarita, Venezuela (LACNIC X), no entanto desde 2004 estou envolvida em trabalhos relacionados com o endereçamento IP na empresa para a qual trabalho, e isso foi o que me permitiu conhecer acerca de LACNIC e sua evolução ao longo do tempo.
Que papel você tem cumprido neste tempo?
Em 2011 fui nomeada contato de membros na empresa, e foi a partir desse momento que eu tive maior interação e participação nos eventos, já que gerencio e controlo de forma global a designação de endereços IPv4 e IPv6, e como responsável por esta atividade preciso manter-me atualizada com todo o que refere às políticas e melhores práticas para continuar executando esta tarefa com sucesso.
Por que você decidiu se candidatar para a Comissão Eleitoral de LACNIC? Você sentiu o apoio de seus colegas homens e mulheres quando tomou a decisão?
Eu considerei como um desafio para aumentar minha participação ativa como membro da comunidade e como mulher, levando em conta que há vários anos que eu participo de forma ativa com direito a voto nas Assembleias de Membros, e esta posição estaria relacionada diretamente com este processo do qual faço parte e já conheço. Recebi um grande apoio de todas as pessoas com quem compartilhei durante todos estes anos, e isso foi o que me levou a me candidatar.
Acredita que outras mulheres poderiam ocupar papeis de destaque nas comissões e grupos de trabalho de LACNIC?
Claro que sim, e é por isso que convido vocês a se envolverem já que tenho certeza e confio em que muitas das minhas colegas têm o conhecimento e a vontade de trabalhar para fazer parte dos grupos de LACNIC.
Considero importante uma maior participação da comunidade feminina no trabalho diário de LACNIC porque as mulheres também fazem parte desta comunidade e temos muitas mulheres profissionais ansiosas de contribuir com seus conhecimentos para a organização.
As opiniões expressas pelos autores deste blog são próprias e não refletem necessariamente as opiniões de LACNIC.