Turnê de LACNIC pela América Central: a estratégia é implementar o IPv6
30/08/2018
A implementação do IPv6 tornou-se uma questão estratégica para o desenvolvimento da conectividade à Internet na região e, sobretudo, em países onde ainda existem segmentos significativos da população sem acesso à rede. Assim foi enfatizado pelo diretor executivo de LACNIC, Oscar Robles, durante uma visita a operadores, governos, reguladores, instituições educacionais e prestadores de serviços da Guatemala, Honduras e El Salvador.
Robles, acompanhado por César Díaz, líder das Relações Estratégicas e Telecomunicações de LACNIC, manteve uma intensa agenda de trabalho na América Central, que incluiu reuniões no mais alto nível com tomadores de decisões para promover a implementação do IPv6 em uma região que ainda tem registros muito baixos de tráfego deste protocolo da Internet.
Robles colocou à disposição dos interlocutores locais toda a experiência de LACNIC para colaborar nos esforços que decidam realizar para aumentar significativamente a implementação do IPv6 na Guatemala, Honduras e El Salvador.
O diretor executivo do registro regional responsável pelos recursos de numeração da América Latina e o Caribe ressaltou que a implementação do IPv6 não é mais uma questão técnica para se tornar uma questão imprescindível em face do esgotamento dos endereços IPv4 e da necessidade de conectar milhões de novos dispositivos. Com exceção da Guatemala, cujo tráfego no IPv6 é de cerca de 9%, quase não existe o IPv6 em El Salvador e Honduras.
Guatemala. A turnê começou na Guatemala com uma entrevista com o vice-ministro de TIC, Gabriel Juarez, em que foram abordadas a implementação do IPv6 e questões relacionadas à segurança cibernética. Sobre este último aspecto, insistiu-se em que o IPv6 pode contribuir, por exemplo, na rastreabilidade das transações na Internet.
Depois, na sede da Presidência da Guatemala, Robles e Díaz mantiveram uma reunião muito proveitosa com o Secretário-Geral da Presidência da Guatemala, Carlos Martínez, e com Selvin Suarez, responsável pela Superintendência das Telecomunicações da Guatemala.
O Secretário-Geral da Presidência da Guatemala ficou muito interessado em apoiar-se na implementação do IPv6 para realizar projetos de interesse local relacionados a saúde ou educação a distância, entre outras iniciativas.
Mais tarde, na Universidade del Valle, a equipe de LACNIC fez uma visita ao ccTLD da Guatemala (.GT), salientando o papel da universidade na promoção do IPv6. “As universidades devem ser promotoras de novas tecnologias”, disse Díaz.
Uma das maiores satisfações na Guatemala foi a reunião com TIGO –membro de LACNIC. Miguel Palacios, da empresa TIGO, informou sobre as conquistas na implementação do IPv6 na Guatemala e detalhou os avanços que projetam na implementação do protocolo em El Salvador e Honduras.
O tráfego atual do IPv6 na Guatemala é de cerca de 9%.
Na Guatemala, Robles também participou da inauguração da oficina de Interconexão, Empreendedorismo e Marketing Digital, organizada em conjunto por LACNIC e Google com o apoio da SIT (ver nota em anexo).
Projeto Mesoamérica
Conatel
El Salvador e Honduras. Em El Salvador, Lito Ibarra, membro da Diretoria de LACNIC, se juntou a Oscar Robles e César Díaz nas visitas. A primeira reunião foi na Casa Presidencial com Eric Ramírez e Guillermo Funes da Secretaria Técnica de Planejamento da Presidência e do SalCERT (Equipe de Resposta a Emergências de Computadores, por sua sigla em inglês), onde se destacou a promoção do IPv6 e a melhoria da segurança cibernética.
Depois, com a superintendente da SIGET, Blanca Coto, avançou-se na possibilidade de elaborar planos de formação no IPv6 para alcançar sinergias entre LACNIC e o órgão regulador de El Salvador.
Extremamente frutífero foi o encontro com os responsáveis técnicos de quatro universidades de El Salvador, já que houve coincidência no papel promocional dos centros educacionais no uso das novas tecnologias.
Também aproveitaram a oportunidade para conversar com CASA TIC, que tem entre seus membros várias empresas inovadoras e de tecnologia em El Salvador. Foi salientada a necessidade de que, a partir da empresa privada, sejam gerados projetos que promovam a implementação do IPv6.
A agenda em El Salvador culminou em uma reunião com Lidia Fromm, do projeto Mesoamérica, em que foram identificadas questões transversais para a implementação de novas redes no desenvolvimento e integração de infraestrutura na América Central.
Finalmente, na Honduras, a visita começou com uma reunião com o Secretário Executivo de COMTELCA Allan Ruiz e sua equipe de trabalho, em que foram colocadas advertências sobre os chamados resíduos tecnológicos, que representam uma barreira para a implementação do IPv6, já que são equipamentos que têm um prazo de validade limitado, por não suportarem este novo protocolo.
Depois houve uma entrevista com Nelly Gaeckel, do regulador local CONATEL, na qual LACNIC reiterou a conveniência de promover o IPv6 em vez de forçar seu uso por meio de legislação regulamentada. “Levantamos casos de sucesso na região onde, através do diálogo da comunidade técnica, dos governos e da academia, foram obtidos resultados positivos”, afirmou Díaz.
A turnê terminou com a visita à operadora estadual HONDUTEL, membro de LACNIC, uma empresa que pode influenciar no progresso do IPv6 já que conta com importantes clientes na Honduras.