Telemetria de rede: um guia prático para operadores

21/08/2025

Telemetria de rede: um guia prático para operadores
Desenhado por Freepik

Por Pavel Odintsov, Fundador de FastNetMon

A telemetria de rede é uma das ferramentas mais poderosas para entender o que acontece na nossa rede, mas escolher o protocolo de telemetria correto pode ser surpreendentemente complexo. Os roteadores atuais oferecem suporte a uma longa lista de opções (NetFlow, IPFIX, sFlow, PSAMP e até mesmo espelhamento de porta) cada uma com suas próprias vantagens e desvantagens.

Nos últimos dez anos, testamos a telemetria em centenas de ambientes reais, desde pontos de troca da Internet até provedores de hospedagem na nuvem. Este artigo é um resumo prático do que aprendemos, com um objetivo: ajudar você a escolher a telemetria certa para suas necessidades.

O que é a telemetria de rede?

A telemetria de rede é o processo de exportação de metadados ou dados de tráfego sem processar de roteadores e switches a um sistema externo para sua análise. Ela ajuda os operadores a compreender os padrões de tráfego, detectar anomalias, monitorar o desempenho e responder a incidentes mais rapidamente.

A maioria dos protocolos de telemetria são criados para serem eficientes: coletam amostras, resumem ou filtram os dados antes de enviá-los. Isso os torna escaláveis, mas também significa que se deve escolher cuidadosamente quais dados exportar e com que rapidez.

A qualidade e a velocidade da telemetria afetam diretamente sua visibilidade. Se as exportações forem lentas ou os dados superficiais, pode que não detecte ameaças ou gargalos até que seja tarde demais. É por isso que entender as diferenças entre os métodos de telemetria é tão importante.

Telemetria baseada em fluxos vs. telemetria baseada em pacotes

Um conceito básico no desenho de telemetria é se os dados coletados são baseados em fluxos ou em pacotes.

(Acesso livre, não requer assinatura)

A telemetria baseada em fluxos —como NetFlow ou IPFIX— resume uma conversa entre dois terminais. Normalmente inclui os endereços IP de origem e destino, portas, protocolos e contagens de bytes/pacotes. Esses metadados são fáceis de armazenar e analisar, mas não incluem a carga útil nem todos os detalhes dos pacotes. A telemetria de fluxo é ideal para a análise de tráfego e a obtenção de métricas de longo prazo.

A telemetria baseada em pacotes —como sFlow ou PSAMP— captura cabeçalhos de pacotes reais (e às vezes cargas úteis) diretamente da rede. Eles são amostrados, não exportados na íntegra, mas ainda oferecem granularidade muito maior e permitem casos de uso em tempo real, como a detecção de ataques DDoS ou rastreamento de anomalias.

Os métodos baseados em pacotes oferecem informações mais rapidamente porque não dependem dos mecanismos de tempo limite como os fluxos. Mas eles também geram volumes de dados maiores e exigem coletores com maior capacidade e recursos.

As opiniões expressas pelos autores deste blog são próprias e não refletem necessariamente as opiniões de LACNIC.

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