Projeto de sondas no Panamá para medir a latência

22/07/2022

Medir a latência da conectividade no Panamá, os peerings realizados entre os provedores desse país e a segurança dos sistemas autônomos BGP, é o objetivo de um projeto de operadoras panamenhas de Internet reunidas sob o Capítulo de Panamá de Internet Society (ISOC Panamá). A iniciativa surgiu por volta de 2019 em um evento anual do LACNIC realizado no Panamá e acabou firmando-se em 2021 com a apresentação de um projeto para a convocatória do Programa FRIDA.

Recentemente o estudo adquiriu forma com a realização do Deployathon RIPE ATLAS, um workshop onde os participantes foram treinados para instalarem a sonda de medição RIPE ATLAS, ferramenta homologada pelo LACNIC para efetuar medições de Internet.

Simón Pérez, da ISOC Panamá, relatou o caminho percorrido desde o ano 2019, quando conheceram o projeto Simón durante a primeira reunião do grupo de operadoras do Panamá, no âmbito do LACNIC 32. Já em 2021 conheceram os relatórios técnicos do LACNIC sobre medições de latência na América Latina e no Caribe, bem como o trabalho de pesquisa sobre tabelas de roteamento BGP, e, a partir daí, buscaram iniciativas para motivar as operadoras do Panamá a realizarem estudos de latência e tabelas BGP dentro de seu país.

Nesse momento, entraram em contato com Agustín Formoso – que formou parte do staff do LACNIC e é atualmente líder de distribuição de sondas de RIPE ATLAS- quem assegurou que a instalação das sondas permitiria a união dos dois estudos.

“O próximo passo será colocar as sondas, medir e obter resultados”, afirmou Pérez.

A ideia é instalar sondas nas 10 províncias do Panamá para obter uma amostra de todos os provedores de Internet do país.

“Um detalhe que chamou nossa atenção no estudo do LACNIC, foi que mostrava uma latência de 87 milissegundos para o Panamá. Achamos que era muito para nós. Um país tão pequeno como o nosso não deveria ter mais de 10 milissegundos”, comentou Pérez.

Com o deployathon RIPE ATLAS trataram de envolver novos sócios e somar adeptos ao projeto.

O programa criou o guia, o passo a passo da utilização das sondas e as contas do RIPE ATLAS; foi organizado também um deployathon para envolver todos os participantes.

Este estudo permitiu obter informação em tempo real sobre latência e rastros de tráfego de Internet em toda a geografia do Panamá, mesmo quando ocorrerem eventos de rede de ISP´s, tais como cortes de fibra, massivos de transmissão ou IP, acrescentou Pérez.

Qualificou a iniciativa como uma grande oportunidade de gerar colaboração técnica a nível das operadoras do Panamá.

Além de medir a latência, o estudo permitirá elaborar um mapa da interconexão no Panamá, e observar onde o peering está sendo realizado. Nayreth González, presidente do Capítulo de Internet Society do Panamá e chefe da Rede Nacional Multiservicios (RNMS) na Autoridade Nacional para a Inovação, destacou que este processo foi o resultado do compromisso da comunidade técnica, procurando melhorar a Internet no Panamá.

“A realidade é que há muito tráfego local que continua saindo do Panamá. Os resultados destes testes serão apresentados aos tomadores de decisões, aos IXP, à academia e à autoridade de inovação para que determine os passos a serem seguidos”, enfatizou González.

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