O LACNIC no Congresso Latino-americano de Telecomunicações
30/07/2019
Com a presença de mais de 500 participantes, realizou-se do dia 1º ao dia 5 de julho, a sétima edição do Congresso Latino-americano de Telecomunicações (CLT) na cidade de Córdoba, na Argentina.
A agenda do evento inclui tópicos como a economia digital na América Latina, Políticas Públicas para a inovação, acessibilidade, entre outros.
Ernesto Majó, Diretor Executivo Adjunto do LACNIC, presidiu o seminário Desafios de uma Internet segura com foco multiparticipativo, organizado em parceria entre ISOC, ICANN e o LACNIC, organizações que dão apoio a realização do congresso desde o início.
Os palestrantes Stefano Nicoletti, Diretor Policy e Iot de GSMA, Farah Diva Urrutia, Secretária de Segurança Multidimensional da OEA, Leandro de la Colina, Diretor Nacional de Cibersegurança da Secretaria do Governo de Modernização da Argentina e Luciano Charlita de Freitas, Especialista em Regulação e Assessor da Diretoria de ANATEL, apresentaram diferentes perspectivas sobre como atender os desafios que enfrenta a segurança da Internet, tais como o surgimento de novas tecnologias, o esgotamento do IPv4, o desdobramento do IPv6, o uso massivo das redes sociais (fake news, crimes), entre outros.
A agenda do CLT incluiu também um painel sobre acessibilidade, do qual participou Carolina Caeiro, Coordenadora de Projetos de Desenvolvimento do LACNIC. Denominado “O acesso que falta: mais do mesmo”, este painel focou-se no modelo alternativo que representam as redes comunitárias.
Caeiro disse que o LANIC tem sido pioneiro das redes comunitárias através do programa FRIDA, o Fundo Regional para a Inovação Digital. Esta iniciativa deu apoio às redes de AlterMundi e Atalaya Sur na Argentina, e à montagem de duas redes na Bahia e no Piauí, no Brasil, através do artigo 19 e de uma rede sem fio no município de Maní, na Colômbia, mediante a associação civil Colnodo. Além disso, FRIDA também apoiou o desenvolvimento do LibreRouter, um roteador WIFI Open Source desenhado para redes comunitárias, assim como a estruturação de propostas normativas para redes de telecomunicações rurais e comunitárias na Colômbia.
A exclusão digital é um desafio premente que requer soluções inovadoras. “Mais de um terço da população da América Latina e do Caribe não possui conexão à Internet, principalmente nas áreas rurais ou de difícil acesso, as quais para as operadoras tornam-se não lucrativas”, afirmou Caeiro na sua participação no painel.
Disse ainda que resulta lógico que a partir das comunidades desatendidas, que querem exercer o direito à comunicação e aceder aos benefícios de estarem conectadas, surjam inciativas para montagem comunitária e autogestão de redes.
Algumas dúvidas que surgem do Programa FRIDA do LACNIC incluem se o modelo de redes comunitárias realmente representa uma solução que possa responder à escala do desafio da conexão. “Uma das principais limitações refere-se à introdução do regulamento normativo que não permitirá mais que as redes comunitárias operem informalmente”, concluiu Caeiro.
Acesse os vídeos dos painéis completos aqui.