O Desafio IPv6 foi uma boa desculpa para implementar o protocolo
28/06/2018
Com seu projeto de implementação a partir do zero do protocolo IPv6, a Universidade de Entre Ríos (UNER) da Argentina foi a vencedora da terceira edição do Desafio IPv6 organizado pelo Fórum Técnico de LACNIC e a área de I+D de LACNIC.
O Desafio IPv6 é um concurso ideado por LACNIC para incentivar e promover o uso deste protocolo na região da América Latina e o Caribe.
Joaquín Saveredy, membro da equipe vencedora da Universidade UNER, garantiu que a participação no desafio foi uma boa desculpa para começar do zero com a implementação do protocolo entre seus clientes, que rapidamente começaram a usar o IPv6.
Como é o projeto apresentado por vocês no Desafio IPv6?
Nosso projeto consiste em uma implementação de zero; na hora de começar o desafio, a única coisa que tínhamos era o bloco designado por LACNIC. A gente tinha proposto pequenos objetivos atingíveis, que eram publicar nossa rede pelo BGP e ter o site principal no IPv6, que foram rapidamente alcançados. Isso nos encorajou a continuar com a implementação, e assim habilitamos uma dúzia de redes de clientes, ficando surpresos ao ver que mais de 50% do tráfego já estava no IPv6.
O que levou vocês a participarem deste desafio?
O desafio foi uma boa desculpa para fazer a implementação, sabíamos que, mais cedo ou mais tarde, teríamos de juntar-nos ao IPv6. Participamos de treinamentos e cursos do IPv6 ministrados por LACNIC, que nos estimulava a implementar uma coisa e sempre permanecia em um teste de laboratório. Queríamos começar com a implementação para que dure ao longo do tempo.
Vocês acharam difícil promover o IPv6 na organização em que trabalham?
Devido à falta de conhecimento do assunto em geral, não estava na agenda da organização realizar a implementação, foi mais um impulso do nosso departamento que é pequeno: apenas somos duas pessoas (Germán Fochesatto e Joaquín Salvarredy). Achamos oportuno começar a implementação e fizemos isso de forma a não impactar nos serviços e nos usuários, que não notaram nenhuma mudança já que foi totalmente transparente para eles.
Como veem a implementação do IPv6 no seu país e na região?
Vemos que a implementação na nossa região é mínima. A nossa instituição está localizada em uma província da Argentina (Entre Ríos) que está muito atrasada em termos de conectividade. Quanto ao nosso país, fizemos um levantamento de outras universidades nacionais, e observamos que das 55 existentes, apenas 4 ou 5 têm suas páginas principais no IPv6, e não são precisamente as maiores.
Vocês acham que os operadores e as organizações têm ideia suficiente da velocidade com que o IPv6 está sendo implementado na região?
Não, achamos não. Na hora de fazer o desafio, encontramos esse problema. Temos uma das maiores operadoras da Argentina como provedor e, embora já tivéssemos conversas para que forneçam suporte nativo do IPv6, até agora continuamos a ter uma solução por meio de túneis para poder contar com o IPv6.
Embora acreditemos que implementar o IPv6 significa um esforço e um investimento importante, as operadoras da região poderiam usar o IPv6 como uma vantagem competitiva.