Migrar para o IPv6 é mais fácil do esperado
30/06/2015
Peru é um exemplo na região no que refere à transição para o IPv6. Além de liderar as estatísticas de tráfego em usuários finais, as organizações e empresas da Internet desse país promovem uma rápida adoção dessa tecnologia da Internet.
Durante o último evento de LACNIC em Lima, Ivan Chumo, gerente geral da Optical Networks, compartilhou a experiência de transição para o IPv6 desse provedor de serviços da Internet do Peru.
Chumo admitiu que após tomar a decisão, a adoção do IPv6 foi mais fácil e menos cara do pensado.
Com todos esses anos de experiência na implementação do IPv6 concluiu-se que um dos pilares para a adoção da tecnologia é a área dos tomadores de decisões. Em seu caso, como é que esta decisão chegou às suas mãos?
Realmente tenho participado já de vários eventos de LACNIC desde que se dizia “faltam três anos para o esgotamento, em agosto do próximo ano se esgota”, sempre existe o medo de fazer investimentos ou de que outro tome primeiro a iniciativa. Nesse caso, em nosso país vemos que o operador dominante já começava a migrar parte de sua plataforma ADLS para o IPv6 e, como nossa segmentação é principalmente corporativa, chegamos à conclusão de que era uma necessidade. Então eu levantei a nossa posição à Diretoria e ela aprovou a proposta desse progresso para o IPv6, cerca de dois anos atrás.
O que teria acontecido se outro se lançava primeiro?
Nós nos lançamos para não sermos os últimos. Embora nós não sejamos o operador dominante, temos de ver para onde o mercado vai, e como somos corporativos, fazê-lo virou uma necessidade. Do outro lado existe um fenômeno a nível das empresas públicas e privadas que não assumiram o sentido de urgência de migrar para o IPv6. Como vão conviver as duas plataformas, não sentem a necessidade e paralisam a decisão dos operadores de migrarem. No entanto, acreditamos que com o esgotamento do IPv4 a realidade é que estamos no ponto de partida.
Você acredita que o fato de implementar o IPv6 serviu de estímulo para outros?
Muitos perceberam que têm que estar preparados.
Quais foram os custos mais altos da migração?
Um pouco surpreendente é que os custos não são muito significativos porque há tempo que os equipamentos que estão sendo produzidos estão preparados para o IPv6. Os principais esforços ocorrem a nível da formação do pessoal e de certificar-se que o pessoal está preparado para lidar com as plataformas, para o qual essas reuniões anuais de LACNIC são essenciais.
Como reagiu o pessoal de engenharia perante a implementação das mudanças?
As áreas de engenharia sempre são as mais predispostas às mudanças, porque a tecnologia é mudança constante.
Que sensação gera hoje a implementação do IPv6 em uma empresa como Optical Networks?
A sensação é combinada. De um lado, uma sensação de tranquilidade perante o que vai acontecer, porque sempre temos que estar cientes do que vai acontecer para poder adaptar-nos às mudanças, e do outro, de muita expectativa porque esperamos que em algum momento o mercado privado em particular, reaja e exija a implementação do IPv6.
Isso não acontece hoje? O mercado não exige o IPv6?
Não, não está exigindo, nem o mercado corporativo nem o residencial e muito menos o mercado estatal. Por exemplo, no Peru, estamos trabalhando com grupos que estão estimulando a mudança para a migração, tratando de influenciar os congressistas para que pelo menos o governo estabeleça um cronograma de migração do aparato estatal para o IPv6, isso vai estimular que as empresas privadas também o façam.