LACNIC 26 debate sobre a geolocalização na Internet
31/08/2016
Usuários que não podem usar os serviços do governo eletrônico do seu Estado porque a IP figura como outorgada a um país vizinho ou uma empresa que reclama porque a localização de seus IP que os sites da Internet reportam, aparecem em uma localidade do mesmo nome onde desenvolve suas atividades, mas a milhares de quilômetros de distância.
Esses dois exemplos, reais e recentes na América Latina e o Caribe, levantam questões sobre a geolocalização da Internet, um dos temas que serão debatidos no evento LACNIC 26 LACNOG 16 a ser realizado no final de setembro na Costa Rica (http://www.lacnic.net/web/eventos/lacnic26). A geolocalização consiste em vincular o endereço IP que usa um computador para conectar-se a Internet com uma posição real em um mapa geográfico.
Carlos Martínez, Gerente de Tecnologia de LACNIC, aponta que o esgotamento do IPv4 começa a descobrir “problemas que estavam escondidos”, como a geolocalização do IP, quer dizer, o local exato onde está localizado um endereço da Internet, independente de a quem pertence.
Os Registros Regionais da Internet -como LACNIC- “não são avalistas das informações sobre geolocalização”, esclarece Martínez, mas a sua obrigação é manter as informações legais sobre quem receberam os endereços IP. “Nós registramos onde está domiciliada a organização que recebe os IP”, afirma Martínez.
No entanto, o Gerente de Tecnologia de LACNIC entende que deve promover a discussão na comunidade da região de modo a que os seus membros tenham ferramentas e mais informações sobre quem estão usando os endereços IP. Nesse sentido, o evento LACNIC 26 da Costa Rica vai sediar um fórum sobre geolocalização em que serão analisadas e discutidas situações que têm sido reportadas na América Latina e o Caribe.
IPv6 e a Internet das Coisas. A reunião da Costa Rica também vai estar focada na implantação atual do IPv6 na região, bem como nos principais desafios da Internet das Coisas (IoT) na América Latina e o Caribe. Dois reconhecidos profissionais serão os principais palestrantes sobre essas questões: o especialista alemão Carsten Bormann e o engenheiro colombiano Gabriel Montenegro.
Em um artigo recente publicado na revista do IETF (Grupo de Trabalho em Engenharia da Internet), Bormann levantou o desafio de criar protocolos para todos os dispositivos que ainda não estão conectados à Internet.
“Uma verdadeira Internet das Coisas” –escreveu Bormann em conjunto com a sua colega Ari Keränen- “precisa que as “coisas” possam usar os protocolos da Internet. Muitas “coisas” sempre estiveram na Internet e, em geral, os computadores usados nos centros de dados e nos lares podem usar os protocolos da Internet, já que foram definidos para os mesmos. No entanto, há um valor considerável em estender a Internet para dispositivos mais limitados, que muitas vezes precisam versões potencializadas ou o uso especial destes protocolos”.