IT Woman: a arte de saber comunicar colabora com a construção de liderança
05/10/2020
Para potencializar a liderança, em particular das mulheres da comunidade técnica e aumentar sua participação nos espaços da Internet da região, IT Woman organizou uma sessão sobre “Liderança e Comunicação” no LACNIC34 LACNOG2020, focada no desafio de causar impacto com as palavras.
A oficina, da qual participaram cerca de 200 pessoas, forneceu orientações para pensar sobre como nos comunicamos, bem como dicas para trabalhar a oratória como aspecto fundamental no desenvolvimento da liderança nas pessoas.
Laura Kaplan, gerente de desenvolvimento e de cooperação do LACNIC, disse que a atividade foi organizada no âmbito de IT Woman, visto que a comunicação ou a arte de saber se comunicar colabora muito com a construção da liderança. Embora a oficina tenha sido aberta a todos os participantes do evento, buscamos dar ferramentas concretas para fomentar a participação feminina.
Durante uma hora, Manuel Libenson, especialista em oratória e storytelling, e professor das universidades de San Andrés e de Buenos Aires, compartilhou com a audiência técnicas e orientações para desenvolver habilidades de comunicação, tanto nos discursos quantos nas apresentações e encenações.
Libenson assegurou que o poder da oratória consiste na arte de fazer com que a informação ou o conteúdo de uma conversa se torne desejável e interessante, entrando em contato com as inquietudes, os desejos ou as dúvidas da audiência.
Afirmou que esse exercício se denomina impacto e é o que lhe dá poder à oratória. “Ter fluidez, alcançar a expressividade para conseguir conectar o auditório. Ou seja, a arte da oratória consiste na oportunidade que temos de agregar valor ao outro através da palavra, permitindo-lhe desenvolver sua sensibilidade, seu raciocínio, seu conhecimento”, afirmou o especialista.
Desafios. Libenson listou uma série de desafios que devem ser considerados na hora de fazer as apresentações. Em primeiro lugar, o designer, como fazer o designer das apresentações ou conversas, quais decisões e metodologias são implementadas para causar impacto. Afirmou que o paradigma hoje tem a ver mais com elaborar uma experiência comunicativa do que uma apresentação.
Disse que devemos pensar como receptor e não apenas fornecer informação ou dados. “É claro que, quando falamos em público, quando convocamos a oratória como elemento fundamental para nos relacionarmos, está em jogo a expectativa e o desejo da outra parte. Como fazer para propor novas ideias que permitam uma experiência mais rica e não apenas um suporte que somente faça com que transmitamos essa informação”, acrescentou.
Apontou que nas apresentações devemos ser muito mais efetivos com menos informação, com gráficos, disparadores, imagens, palavras chaves e utilizar o poder da voz para conectar a audiência e conseguir guiá-la.
Assegurou que a noção de viagem serve para planejar um storytelling. A viagem de certa forma permite planejar o bate-papo e a apresentação. E acrescentou: “Obriga-nos a fazer a seguinte pergunta: para onde queremos levar os receptores e quais seriam as ideias que desejamos comunicar-lhes e que gostaríamos que chegassem a eles, já que vamos trabalhar com a atenção, com a expectativa, com o desejo e com a vontade. Elaborar uma viagem abre a mente e tem muito a ver sobre como vou fazer para levar o meu receptor a cada um dos lugares do meu percurso, convocando a sua atenção e renovando a escuta para que ele não fique perdido no meio da apresentação.”
Outra ideia para planejar uma apresentação é através da informação em forma de relato ou de história. “Está comprovado que as histórias, bem como os relatos, causam identificação, empatia, identidade e memória, as histórias chegam à nossa alma. Creio que hoje há um desafio, pois tenho toda esta informação associada aos resultados do projeto. Então, como dar um formato para que seja mais parecido a um relato ou a uma história?” disse Libenson, deixando três conselhos na hora de contar uma história: introdução, desenvolvimento e desfecho.
Além da elaboração, Libenson afirmou que devemos treinar a performance para melhorarmos como oradores e acreditar no valor da palavra mediante técnicas de confiança. Concluiu também, que é necessário aprender a implementar recursos expressivos como, tom, ritmo de voz e linguagem corporal.