Interconexão em BGP na região da América Latina e Caribe
28/01/2021
LACNIC apresentou um novo estudo de interconexão na região da LAC com o intuito de mostrar o estado atual das conexões entre os países latino-americanos a partir da informação fornecida pelas tabelas de roteamento BGP, registradas e armazenadas pelos coletores globais.
Segundo o relatório “Interconexão em BGP na região da América Latina e Caribe”, realizado pelo especialista Augusto Mathurín sob a direção do LACNIC no âmbito do projeto Fortalecimento da Infraestrutura de Internet Regional, na região ainda existem deficiências na interconexão local entre as diferentes operadoras de rede. Por esse motivo o tráfego entre os países próximos, muitas vezes, só é possível em pontos de troca longínquos, localizados nos Estados Unidos ou na Europa.
A pesquisa destaca que o aparecimento de muitos pontos de troca de tráfego (IXP) ajudou a melhorar essa situação. Nesse sentido o LACNIC desenvolveu, já faz um tempo, o Projeto Simón, com o qual busca gerar informação, medindo os níveis da latência entre os países e, com isso, fazer uma estimativa do volume de tráfego.
Por sua vez, o novo estudo analisa as características da interconexão da região, examinando as tabelas de roteamento BGP globais, com o objetivo de comparar características básicas das publicações de rotas da região, obtendo assim conclusões sobre o comportamento das operadoras na publicação de prefixos.
Principais indicadores. A pesquisa de Mathurín – que abrangeu todos os países do LACNIC – permitiu visualizar para onde se direcionam os sistemas autônomos conectados de cada país ao saírem para o exterior. De acordo com as conclusões, menos de um terço dos países estão conectados diretamente com outros sistemas autônomos da América Latina e Caribe. “Podemos comprovar isso e ao mesmo tempo ver como quase todos os sistemas autônomos que dão maior trânsito aos países da região para o exterior estão registrados no ARIN ou no RIPE NCC”, adverte o relatório.
Mathurín conclui que a situação propõe uma oportunidade para gerar novas conexões entre pares e pontos de troca, além de eventuais investimentos das empresas de telecomunicações que desejarem desenvolver negócios de transporte de tráfego regional.
O estudo também permitiu analisar dados sobre os prefixos IPv4 e IPv6 anunciados.
Queremos convidá-los a lerem o trabalho completo aqui.