Graças ao impulso de LACNIC, o IPv6 se consolida na América Latina e o Caribe
30/05/2018
Após o esgotamento dos endereços IPv4 na América Latina e o Caribe, a implementação do IPv6 ganhou força na região. Operadores, organizações e governos parecem ter tomado consciência de sua importância, segundo mostram as estatísticas mais recentes sobre o aumento do tráfego e o número de usuários com a última versão do protocolo da Internet na área de cobertura de LACNIC.
LACNIC sente-se parte desse sucesso, uma vez que vem fornecendo conhecimento e fazendo esforços árduos para que a região implemente e use o IPv6 por mais de dez anos. Nos últimos 10 anos, o Registro Regional desenvolveu centenas de capacitações sobre o IPv6 para técnicos e tomadores de decisões, realizou treinamentos para milhares de profissionais, além de inúmeras visitas personalizadas a clientes e órgãos estaduais. Também gerou estatísticas e pesquisas sobre o IPv6 para ajudar as organizações.
Hoje, 9 de cada 10 clientes de LACNIC receberam recursos IPv6 e 42% começaram com os trabalhos necessários para adaptar a sua rede ao uso deste protocolo, uma média acima de outras regiões.
Esses indicadores mostram que a distribuição de recursos e as atividades de capacitação desenvolvidas por LACNIC foram eficazes, na medida em que a comunidade técnica de operadores começou a preparar sua infraestrutura de maneira extraordinária em comparação com outras regiões.
Segundo pesquisas realizadas por LACNIC na região, há três países que apresentam tráfego maior a 20% no IPv6: o Brasil, Uruguai e Equador.
Uma das chaves para essa conquista foi a formação. Apenas no último ano, LACNIC treinou 4100 profissionais da América Latina e o Caribe, a maioria deles no IPv6.
Nesse sentido, destaca-se a proposta educacional do Campus de LACNIC, que inclui um curso de IPv6 básico e um curso de IPv6 avançado . Também foi desenvolvido um programa de formação, inclusive para tomadores de decisões nos chamados IPv6 Tour ou nos LACNIC On The Move.
Da mesma forma, em todas as reuniões anuais de LACNIC são realizadas oficinas sobre este protocolo. Nos últimos três eventos, foi adicionado o desafio IPv6, um concurso criado por LACNIC em que as organizações da região apresentam seus projetos. Assim mesmo foi criado o Doctor IPv6, um projeto que já respondeu 45 consultas por especialistas no assunto.
No nível da comunidade, LACNIC apoiou o FLIP6 (Fórum da América Latina do IPv6) de abril de 2004 a 2017 e trabalhou com o IGF (Fórum de Governança da Internet) na preparação de documentos com as melhores práticas no IPv6.
Efeito cascata. Desde que a Telefônica do Peru promoveu uma forte implementação do IPv6 no primeiro semestre de 2013, houve um contágio positivo em outras organizações da região.
Mais tarde, foi seguido pela CNT do Equador, que iniciou a implementação do IPv6 no segundo semestre de 2014 e hoje tem mais de 20% de penetração do IPv6 em seus usuários. Quase no mesmo período a Bolívia, estimulada por Comteco, também implementou o IPv6 e o país agora tem mais de 5% do IPv6.
O Uruguai é atualmente o país líder com usuários finais usando o IPv6: 30.99% (ver gráfico). Ele é seguido pelo Brasil com 25.58%; Equador com 20.26%; Trinidad e Tobago com 19.7% e Peru com 15.65%.
Embora não estejam entre os primeiros, há países como a Colômbia, República Dominicana e Panamá, que têm uma tendência de crescimento interessante.
No nível dos operadores com tráfego IPv6, os Centros Culturais do México lideram os dez primeiros, seguido pelo Saneamento de Goiás do Brasil, a Universidade Estadual de Ponta Grossa do Brasil, a Projemar Telecomunicações do Brasil, a Interprime Telecomunicações do Brasil, a HUGHES da Colômbia, a Telefônica do Brasil, a FIBERCOM Telecomunicações do Brasil, o Telecentro da Argentina, os Serviços Inovadores de Comunicação e Entretenimento da Guatemala (http://stats.labs.lacnic.net/IPv6/top-ipv6-asns.html).
Webinar IPv6 Day. No dia 5 de junho, um dia antes do sexto aniversário do lançamento do IPv6, LACNIC organiza um webinar sobre este protocolo da Internet com conteúdo para todos os públicos. Haverá palestras de especialistas voltadas para tomadores de decisões, apresentações de ações e iniciativas governamentais sobre o IPv6, planos de numeração com o IPv6, mecanismos de transição, entre outras questões que serão abordadas durante quase quatro horas de palestras e apresentações. Mais informações e inscrições aqui.