Diagnóstico sobre os incidentes de roteamento na América Latina e no Caribe

30/01/2020

Diagnóstico sobre os incidentes de roteamento na América Latina e no Caribe
Desenhado por Freepik

Os incidentes de roteamento e o sequestro de rotas diminuíram nos últimos três anos na América Latina e no Caribe, graças ao compromisso da região para conseguir uma rede segura e resiliente.  Estes esforços devem aprofundar-se com apoio das grandes ferramentas de validação de recursos disponíveis, para continuar protegendo desta forma a liberdade dos usuários na Internet.  Estas são algumas das conclusões do primeiro diagnóstico do relatório “Segurança no roteamento da América Latina e do Caribe”, uma iniciativa do projeto FORT do LACNIC e do NIC México.

FORT é um projeto que procura tornar mais seguros os sistemas de roteamento da Internet mediante a certificação de recursos, utilizando um validador desenvolvido por uma equipe de técnicos do LACNIC e do NIC México com o apoio do Open Technology Fund.

Esta pesquisa detectou que os incidentes de roteamento na região vêm diminuindo nos últimos três anos. Enquanto em 2017 foram registrados quase 5.000 incidentes de roteamento, o ano passado acabou com cerca de 3.000 incidentes. “No Brasil ocorrem mais de 70% desses incidentes. É o segundo país com mais ASN registrados (o primeiro é os Estados Unidos), portanto grande parte dos números na região dependem do bom trabalho de seus

Augusto Mathurin, um dos participantes do projeto FORT e autor do relatório, salientou que no Brasil a situação está melhorando em relação a dois anos atrás, da mesma forma que na maioria dos territórios da América Latina e do Caribe. Porém, a melhora nos números não significa que as organizações da região devam confiar-se e assumir que o problema já está resolvido, afirma o relatório.

Nesse sentido, o relatório insta os governos a promoverem um espaço livre de censura e acompanhar com políticas o desdobramento de tecnologias que construam uma rede segura e confiável. Além disso pede à comunidade técnica que trabalhe para mitigar as vulnerabilidades dos protocolos atuais e à comunidade civil que dê apoio para monitorar anomalias de conectividade que padecem diferentes comunidades na hora de fazer as denúncias correspondentes.

Finalmente, estimula os operadores de rede – protagonistas chaves para garantir a sanidade do sistema de roteamento – a utilizarem ferramentas para gerar a  certificação de seus prefixos através do portal do LACNIC , bem como a realizarem a validação de seus recursos usando o validador FORT.