De zero a cem em três meses: implementação do IPv6 em um ISP do México.
29/10/2020
O projeto de implementação do IPv6 no provedor de serviços da Internet SattLink de Oaxaca (México), realizado pela empresa Tecnológica Simeon Company do Chile, ganhou a oitava edição do desafio IPv6, um concurso pensado e impulsionado pelo LACNIC na América Latina e no Caribe.
O ISP mexicano conseguiu concretizar em apenas três meses o funcionamento de uma plataforma com IPv6 em rede GPON, wifi com hostpot e IPv6, data center IPv6 only e IPv6 em toda a rede de core e acesso.
“As espectativas foram superadas, já que os objetivos foram atingidos em um período inferior ao previsto”, afirmou José Gregorio Cotua, diretor geral da Tecnológica Simeon Company do Chile.
Em que consistiu o projeto “Implementação IPv6 para a plataforma GPON do ISP SattLink de Oaxaca México”?
Consistiu na modernização da plataforma de rede da operadora SattLink, localizada no estado de Oaxaca, México. O projeto contemplou, em primeiro lugar, a implementação de uma rede de acesso de fibra ótica com tecnologia GPON com suporte nativo em IPv6. Em segundo lugar, a implementação de um data center IPv6 only, no qual foram implementados seridores importantes para o ISP como: DNSv6, DNS64, DoH, NTP, WEB, RSyslog e RADIUS, banco de dados PostgreSQL, servidor de VoIP e telefônica on Asterisk, servidor de Rede VPN com encriptamento, entre outros.
Uma paricularidade deste data center é que através de técnicas de tradução com protocolos e mecanismos de transição como NAT64 SIIT, SIIT-DC e 464xlat, conseguiu permitir que os referidos servidores pudessem prestar serviços a redes IPv4 e inclusive à Internet IPv4. No âmbito deste projeto também foi implementado IPv6 com wifi e hotspot em múltiplas localidades assistidas pelo ISP. Ou seja, o projeto contemplou a implementação total a nível de toda a plataforma do ISP.
Quais resultados obteve este projeto? Esses resultados estiveram alinhados com as expectativas propostas de antemão?
Obteve resultados importantes para o ISP. Antes de junho de 2020 o ISP não contava com nenhuma implementação de IPv6 em sua rede. O projeto só estava em visão e em planejamento.
Com a execução deste projeto, no âmbito do oitavo Desafio IPv6, o ISP passou, em apenas três meses, a ter uma plataforma com IPv6 em rede GPON, wifi com hostpot e IPv6, data center IPv6 only e Ipv6 em toda a rede de Core e acesso; por conta disso, foram superadas as expectativas, uma vez que os objetivos foram atingidos em um período inferior ao que estava previsto.
Como você observa a implementação do IPv6 na região, comparando a situação com outras partes do mundo?
Nos últimos dois anos, observamos um crescimento. Percebemos que muitos ISP turbinaram seus processos de implementação e foram implementando IPv6 em suas redes. Percebemos que a implementação de redes GPON impulsionou a penetração do IPv6. Creio que estamos em uma fase na qual vamos observar importantes implementações de IPv6 nas redes massivas e, sobretudo, em GPON.
Embora o desenvolvimento a nível da América Latina, que é o nosso âmbito geográfico de ação principal, não atinja os níveis de implementação que outros países da Ásia, da América do Norte e da Europa possuem, acreditamos que a visão quanto à necessidade de implementação do IPv6 a nível regional está mudando, e isso se refletirá com um impulso em curto e médio prazo.