Apropriação, sensibilidade e sustentabilidade: os três pilares para levar a Internet a todas as comunidades da América Latina
15/10/2025
Por Raúl Parra
Este artigo foi publicado originalmente no DPL News.
San Salvador. No marco do 30º aniversário da primeira conexão direta à Internet que Rafael Lito Ibarra fez em El Salvador, conectar todos os habitantes de um país determinado continua sendo um desafio na América Latina. Entre os obstáculos que o considerado “Pai da Internet” em El Salvador coloca estão a topologia da região e a disponibilidade de energia elétrica.
Outros especialistas com vasta experiência no trabalho de campo e comunitário criando redes na região, colocaram, no âmbito do LACNIC 44, fatores críticos adicionais como a apropriação, a sensibilidade e a sustentabilidade, tanto financeira quanto social.
A conectividade é criatividade

“A conectividade não é apenas tecnologia; ela também depende muito da imaginação humana”, explicou Rodrigo Najarro, diretor de Tecnologias da Informação e Comunicação do Ministério da Saúde de El Salvador.
Para levar a conectividade até a última milha, explicou o funcionário, é necessário aproveitar a infraestrutura existente e formar alianças com empresas privadas, já que chegar a uma nova comunidade não só é expandir o mercado, mas também conectar o país.
Najarro resumiu sua participação no painel “Desafios de conectividade de última milha para comunidades de acesso limitado” com três pontos principais: a infraestrutura vital como espinha dorsal para o estabelecimento posterior de qualquer tipo de serviço; o uso da criatividade e os recursos existentes; e o trabalho permanente com parcerias público-privadas e colaboradores.
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Sensibilização, necessária para a conexão
Gilberto Lara, diretor-geral da organização sem fins lucrativos Conexión, enfatizou que a população deve ser sensibilizada para evitar os potenciais bloqueios enfrentados por esse tipo de iniciativa.
Depois de compartilhar o caso de uma devota que se opôs, argumentando que essas eram “coisas do diabo”, ele apontou a necessidade de capacitar as pessoas, principalmente aquelas nas áreas rurais, que às vezes sofrem com a falta de educação, em resposta a questões culturais.
Especificamente, ele listou três aspectos principais: a apropriação comunitária e o uso e aplicação da tecnologia em sua atividade econômica principal; a identificação e formação de líderes comunitários, que por sua vez se tornam gestores da rede e promotores digitais e, por último, a vinculação da conectividade com usos significativos.
As opiniões expressas pelos autores deste blog são próprias e não refletem necessariamente as opiniões de LACNIC.
