América Latina no Salão da Fama da Internet

09/07/2013

América Latina no Salão da Fama da Internet

Ida Holz, uma engenheira uruguaia de 78 anos, passou a fazer parte de um seleto e pequeno grupo de líderes que estão no Salão da Fama da Internet.

O “Hall of Fame” da Internet, uma iniciativa da Internet Society, lembra os pioneiros e homenageia as pessoas que têm sido importantes para o desenvolvimento e o crescimento da Internet.

Ida é a primeira latino-americana que faz parte da lista de 33 visionários da Internet que já compõem o Salão da Fama da Internet por suas contribuições significativas para o desenvolvimento e avanço de uma Internet aberta e global.

A cientista uruguaia já tinha recebido em 2009 o Prêmio Trajetória do Registro de Endereçamento da Internet para a América Latina e o Caribe (LACNIC) por sua inestimável contribuição às TIC no continente.

Com sua característica humildade, Holz diz que não acredita ser especialmente merecedora desta distinção. “Eles queriam simbolizar em uma pessoa o reconhecimento pelo trabalho incansável que temos desenvolvido muitos na América Latina para o avanço da Internet”, ela reflete em voz alta.

Holz fez parte da primeira geração de formados em Engenharia em computação no Uruguai. Por mais de 20 anos chefiou o Serviço Central de Informática da Universidade da República, desde onde tem liderado o desenvolvimento da Rede Acadêmica Uruguaia e sua posterior conexão à Internet no início de 1990.

Nessa década, Holz ajudou a liderar um grupo de pioneiros da computação cujos esforços levaram ao desenvolvimento das primeiras redes que finalmente se tornaram na Internet da América Latina. Assim lembra Holz: “Em 1991, todos os diretores dos centros de computação, melhor das redes acadêmicas existentes na América Latina, fomos convidados para ir ao Rio de Janeiro. E essa reunião, que foi gigante, foi a minha primeira reunião, e também onde conheci a Internet, porque no Brasil obviamente já havia Internet e nós estivemos navegando na Internet. Naquele momento o sistema com o qual podíamos navegar tinha apenas letras, não tinha nem imagens nem vídeo nem tudo o que temos hoje. A reunião foi enorme e tinha de tudo (…). Havia pessoas da Europa, das redes acadêmicas da Europa. Havia um espanhol que esteve tentando organizar os latino-americanos dizendo que ia ser criado um órgão latino-americano acadêmico, etc., e que um grupo de notáveis, formado por ele mesmo, Steve Goldstein e não me lembro de quem mais, iam tentar designar os dirigentes desse órgão latino-americano. Estiveram conversando com cada uma das delegações, comentando isso, mas eu falei para ele que não concordava, que éramos nós que devíamos escolher as pessoas. Quando a proposta foi apresentada, disseram que tinha uma uruguaia que não concordava, eu fundamentei o por quê, disse que se nós não podíamos nos gerenciar e escolher entre nós, não tinha sentido nenhum armar nada. Logo eu pedi para deixar uma manhã, a manhã seguinte, para os latino-americanos nos reunir sozinhos sem a interferência de ninguém. E no final, os latino-americanos chegamos a um acordo. Assim foi formado o Fórum de Redes da América Latina e o Caribe, que funcionou como um unificador de nós, das redes, até pouco tempo atrás”.

Holz ocupa desde 2005 um cargo na Diretoria da Agência da Sociedade da Informação do Uruguai tendo uma  participação muito importante no Plan Ceibal, um bem-sucedido programa de entrega de laptops para todas as crianças e adolescentes do sistema educativo uruguaio.

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