Sem o IPv6 os “países não poderão se comunicar uns com os outros”

05/11/2014

Sem o IPv6 os “países não poderão se comunicar uns com os outros”

A América Latina e o Caribe vivem uma situação díspar em relação à adoção do mais recente protocolo da Internet, o IPv6, apesar dos esforços de LACNIC e da comunidade para acelerar sua expansão e uso no continente. De um lado, há países que têm avançado e já têm até 9% do seu tráfego com esta tecnologia, e do outro há territórios que não têm sequer implantado o IPv6.

Alejandro Acosta, engenheiro de inovação e desenvolvimento de LACNIC, afirma que existe um grande risco de que os países não possam se comunicar uns com os outros por falta da adoção desse protocolo da Internet que oferece grandes vantagens respeito ao anterior, o IPv4.

Durante o evento de LACNIC no Chile, Acosta

Você acha que as empresas e organizações da região são cientes da importância do uso do IPv6?

É uma pregunta complexa. Há muitas organizações que sim são cientes dessa realidade e, portanto têm realizado trabalhos a esse respeito. Porém, a maioria das organizações na América Latina e o Caribe, tenho certeza de que ainda não tomaram consciência. Eu acredito que 2015 vai ser um ano muito significativo na difusão e adoção do IPv6 por parte das organizações privadas.

Que está faltando para dar maior impulso ao IPv6?

Eu acho que é uma combinação de muitas coisas. Os governos têm que tomar uma posição mais firme respeito a essa situação no sentido de incentivar a adoção do IPv6 em seus países. Os ISP, os usuários, os internautas e as universidades também podem ajudar na difusão do protocolo.

Que poderia acontecer na região da América Latina e o Caribe se alguns países avançarem mais no IPv6 do que outros?

Esta questão tem sido debatida muito na Europa onde há níveis dispares de desenvolvimento, e a resposta é muito simples: infelizmente, os países que se atrasem, vão ficar isolados, porque a Internet não tem fronteiras e os países têm o imperativo de se conectar com o mundo. Que vai acontecer? Países que tiverem adotado o IPv6 e quiserem se conectar com o país que ainda não tiver adotado, não vão poder se comunicar com eles. Isso afetará as organizações que estão em ambos os países. E isso já tem acontecido em vários ISP. Clientes de ISP na região, em que o ISP não estava oferecendo o IPv6, tiveram de se mudar para outro ISP que sim estivera oferecendo o IPv6.

Que países estão mais avançados na região?

Neste momento, o Peru tem uma adoção maior a 9%. Os países menos avançados são centro-americanos.

Que benefícios vai ter o usuário final com o IPv6?

Muitos. Eu vou mencionar apenas dois. O primeiro é conectar uma grande quantidade de dispositivos em seu lar ou na sua empresa diretamente à Internet: isso vai trazer à Internet das coisas. O segundo benefício é o fato de que os aplicativos não vão falhar.

Para mais informações acesse portalipv6.lacnic.net

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