Estudo sobre mecanismos de transição IPv6 suportados pelos CPE da região

31/03/2020

Estudo sobre mecanismos de transição IPv6 suportados pelos CPE da região

A maioria dos Customer Premises Equipment (Equipamentos locais dos clientes, CPE por sua sigla em inglês) mais populares da América Latina e do Caribe, funcionam com IPv6 e vários deles suportam ao menos um mecanismo de transição.

Estas são algumas das conclusões constantes do relatório que o LACNIC mandou fazer sobre mecanismos de transição IPv6 suportados pelos CPE da região.

A pesquisa liderada pelo engenheiro Alejandro D´Egidio, avaliou o nível de implantação do CPE com suporte IPv6 no LACNIC, bem como os mecanismos de transição mais populares que suportam os CPE.

D´Egidio salientou que deveria haver um aperfeiçoamento na transição para o IPv6 mediante o treinamento do pessoal técnico e dos tomadores de decisão. “Muitas vezes não começam esta transição por falta de informação, sem saber por onde começar e sem perceber que talvez já contem com os requisitos necessários”, destacou.

Qual foi o resultado principal da pesquisa?

O resultado da pesquisa dependeu em grande medida da colaboração dos ISPs e dos fabricantes dos CPEs. De todos os ISPs da região participaram alguns, sendo que a maioria deles são os que atualmente estão fornecendo o IPV6. De todos os fabricantes consultados obtivemos colaboração de ZTE, Sagemcom e Technicolor.

Considerando a informação recebida por ambas as partes sobre os modelos dos CPEs implementados em cada tecnologia de acesso, vemos que majoritariamente há suporte de IPv6, sendo que vários incluem suporte para ao menos um mecanismo de transição.

Nesse sentido, acreditamos que atualmente haja grande quantidade de CPEs preparados para oferecer IPv6, dependendo somente de que os ISPs

Qual é o nível de implantação do CPE com suporte de IPv6 existente na região? E quais os mecanismos de transição que suportam os CPE mais populares?

Há um grande número de CPEs implementados na região com suporte de IPv6. Dentre estes CPEs a grande maioria tem suporte para o mecanismo de transição DS-Lite.

Em geral os ISPs estão fornecendo o serviço de IPv6 sob o esquema de dual-stack, oferecendo IPv4 (público ou privado de CGN, conforme o caso) além do IPv6.

Isso mostra uma boa oportunidade para trabalhar em um mecanismo de transição como DS-Lite, já que em sua grande maioria está suportado pelos CPEs com suporte IPv6.

Quais os mecanismos de transição líderes na região e que inserção eles têm no mercado?

O mecanismo de transição sob o modelo de IPv4-as-a-Service, líder na região, é DS-Lite. Segundo os modelos dos CPEs indicados pelos ISPs, 79,55% destes CPEs suportam DS-Lite.

Por outro lado, de acordo com a informação provida pelos fabricantes, este mecanismo de transição está presente em 64,86% dos CPEs delegados da região.

Conforme já foi dito, a tendência dos IPS foi a de responder que realmente estão fornecendo IPv6, em troca, por parte dos fabricantes tivemos retorno dos modelos implementados independentemente de o ISP prover ou não IPv6. Nesse sentido é melhor nos basearmos nos dados dos fabricantes, fato que também é muito positivo ao mostrar que quase 65% dos modelos dos CPEs que eles já implementaram, têm suporte DS-Lite.

Quais as orientações para aperfeiçoar a transição para o IPv6? E quais as ações mais imediatas que deveriam ser tomadas?

A princípio treinar o pessoal técnico e os tomadores de decisão sobre a importância de começar a transição.

Muitas vezes não acionam esta transição por falta de informação, não sabem por onde começar e não percebem que talvez já possuam os requisitos necessários.

Como ações imediatas, poderia ser começar com os treinamentos que o LACNIC oferece todos os anos, participar da relação de correio da comunidade e fazer todas as consultas necessárias.

Isso tudo seria a base para dar andamento às provas e ao processo de transição.

Quanto maior o número de engajados nesta transição, melhor e mais transparente será o serviço oferecido a nossos clientes.

Leia o relatório aqui (em espanhol)

As opiniões expressas pelos autores deste blog são próprias e não refletem necessariamente as opiniões de LACNIC.

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