Como convencer seu chefe para implementar IPv6 na sua empresa
30/05/2018
O aumento do custo dos endereços IPv4 no mercado secundário e o forte crescimento do uso do IPv6 na América Latina e o Caribe são dois argumentos importantes para convencer os diretivos das empresas da região de implementar a última versão do protocolo da Internet o mais rápido possível, afirmou Lee Howard, diretor de RETEVIA, durante sua apresentação no LACNIC 29.
Howard compartilhou informações relevantes para convencer os tomadores de decisões a implementarem o IPv6, mostrando as vantagens comerciais e os benefícios técnicos que oferece este protocolo em relação ao IPv4.
O especialista garantiu que para obter lucros, novos benefícios e clientes, uma empresa pode estabelecer a implementação do IPv6 como uma prioridade de negócios.
Em sua conferência, Howard disse que mais e mais engenheiros comentam a sua intenção de implementar o IPv6, mas que isso colide com a recusa de seus chefes.
Por isso, Howard criou uma apresentação na que compartilhou ideias sobre como convencer as autoridades máximas de uma empresa, estabelecendo um plano de negócios para que as organizações usem o IPv6.
O IPv4 mais caro. Howard mostrou estatísticas sobre o fim da disponibilidade dos endereços IPv4 e falou de um aumento no custo dos endereços IPv4 no mercado secundário. Sobre este ponto, ele apresentou informações sobre a tendência de alta do preço dos blocos IPv4, que começou com pagamentos entre 7 e 10 dólares por endereço, e hoje está próximo aos 30.
“Os últimos (blocos) /24 se tornaram muito caros, entre 23 e 26 dólares por endereço. Isso mostra que está sendo definido um novo preço para os endereços IPv4 “, garantiu.
Ao aumento do preço dos endereços IPv4 e seu esgotamento no mercado, acrescenta-se que, de acordo com estatísticas do Google, o uso do IPv6 no mundo vem aumentando de forma incrível. Então, alertou Howard, existe o risco de que qualquer coisa que alguém queira ou precise, vai exigir o IPv6 antes que a empresa tiver o IPv6. “Deve-se pensar daqui a dois anos”, disse.
Se a tendência de crescimento do IPv6 continuar, até o final deste ano 50% dos usuários da Internet nos Estados Unidos vão ter IPv6 e, até 2020, esse número chegará a 80%.
A nível regional, Howard garantiu que muitos países fizeram grandes avanços no uso do IPv6. Ao compartilhar exemplos, ele disse que a Bolívia atingirá 50% do IPv6 em 2023, o Brasil alcançará esse número daqui a três anos e o Equador terá 50% do IPv6 em 2020, assim como o México e o Peru.
“No mundo, a implementação do IPv6 chegará a 50% até o final de 2019 e isso já é o ano que vem!”, enfatizou Howard. “E aqueles que pensavam que o IPv6 era uma realidade muito distante, talvez alguma coisa não corresponde à sua realidade”, disse ele.
O IPv6 mais rápido. O orador colocou em discussão um assunto até então pouco conhecido em nível regional. Apresentou trabalhos científicos que mostram que o IPv6 é mais rápido do que o IPv4.
“Posso garantir com base nesses estudos que, se a competência já implementou o IPv6, então são 15% mais rápidos do que nós”, disse o especialista.
Segundo a Akamai, o IPv6 é 5% mais rápido em média e 15% mais rápido no percentil 95 do tráfego da Internet.
Outro documento acadêmico compartilhado por Howard mostrou que o IPv6 é 20% mais rápido nos sites, e as estatísticas do Facebook aumentam esse número para 30 ou 40%. “Há abundância de dados técnicos que mostram que o IPv6 é realmente muito mais rápido”, disse Howard.
Menos custos e mais renda. Ao colocar os argumentos na balança para convencer os diretivos das organizações sobre o bom negócio que é implementar o IPv6, Howard sugeriu mencionar a redução de custos por não ter que comprar endereços IPv4 e a renda que a empresa pode gerar pelos serviços com o IPv6. “O IPv6 pode ser uma fonte especial de renda porque tem novas capacidades”, concluiu o palestrante.
Assista a apresentação completa aqui.
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