Conectando um país mediterrâneo

07/08/2024

Uesley Correa, CEO Telecom ISP Solutions

Cabos submarinos: estrutura fundamental para manter e suportar a conectividade entre os diferentes continentes do mundo. São redundantes, resilientes e capazes de transportar quantidades altas de tráfego. No entanto, um requisito principal para ter acesso a estes cabos submarinos e, por conseguinte, conectar-se diretamente a opções de TIER1 e canais de transporte de dados, é possuir orla marítima. Estes cabos submarinos chegam a terra firme utilizando Landing Statioms (Estações de chegada).

Mas a Internet é democrática. Todos deveriam possuir acesso igualitário, sem distinção. Entretanto, por fatores geográficos, infelizmente os países mediterrâneos não podem ter acesso direto a estas Landing Stations e a Cabos Submarinos. E, para estarem melhor conectados, esses países precisam usar infraestrutura terrestre de países vizinhos com costa marítima para chegar aos cabos submarinos.

Não obstante, utilizar infraestrutura de países vizinhos para conectar cabos submarinos gera outros desafios, como: impostos e tarifas alfandegárias do país correspondente, custos em moeda estrangeira, normas de manutenção e suporte referentes a legislações de telecomunicações do país estrangeiro, dentre outros.

Se os atores do país mediterrâneo não entenderem os impactos totais que isto gera, poderão achar que é indiferente fazer hosting de um serviço em uma nuvem fora do país, bem como armazenar dados em plataformas no exterior ou outros temas referentes.

No LACNIC 42 terei o privilégio de moderar um painel: Conectando um país mediterrâneo. Neste painel – no qual estarei acompanhado por Walter Godoy de Giganet, Victor Talavera de TIGO, Carlos Sanabria do PIT Bolívia e Juan Ardissone do MITIC- a ideia é trazer diferentes atores de países mediterrâneos e entender quais foram as estratégias utilizadas para aprimorar a interconexão, reduzindo custos e melhorando a qualidade e o acesso aos serviços. O cadastro para o evento já está aberto e será um prazer contar com a sua presença, seja de forma virtual ou presencial. Quanto mais participantes nós formos, melhor será a discussão e a percepção de oportunidades de otimização do cenário de conectividade nos países mediterrâneos.